Veja também:
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
Creches e jardins de infância estão fechados há duas semanas, mas muitas das despesas mantêm-se, desde logo os salários de quem lá trabalha, que têm feito um esforço para acompanhar as crianças e pais, mesmo à distância. Agora, chegado o final do mês - quando se processam as mensalidades - há pais a pedir descontos.
À Renascença Susana Batista, presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular, lembra que estes espaços têm custos estruturais. “Desde as despesas com leasings de equipamentos, avenças com a contabilidade, os contratos de manutenção, que representam uma grande fatia das despesas, contratos de medicina do trabalho, higiene e segurança, certificações obrigatórias: do gás e elétricas”. Estes são alguns dos custos fixos, que “estão diluídos nas mensalidades” pagas pelos pais.
Susana Batista reivindica do Governo ajudas diretas para o sector, porque “o lay-off ou as moratórias podem ser uma ajuda, mas não chega” e lembra o que o Governo Regional da Madeira decidiu pagar todas as mensalidades para não sobrecarregar as famílias.
Apesar de reconhecer que no continente esta medida não seria possível, defende ser necessário pensar em mais alguma coisa, porque estas “instituições têm custos muito altos”.
Esta responsável admite que as famílias saem prejudicadas e propõe uma redução das mensalidades, desde que não ponha em risco a saúde financeira das creches e jardins de infância, deixando um apelo às instituições: verifiquem se conseguem “reduzir nos custos, como a água, a luz e o gás, para fazer refletir nas mensalidades dos pais”.
Creches a funcionar depois da pandemia
À CONFAP têm chegado algumas perguntas sobre a possibilidade de haver descontos nas mensalidades. Jorge Ascenção, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, defende que há margem para isso. Nestas declarações lembra que “há colégios, por exemplo, que têm nos seus contratos a questão das horas extra, quando os pais chegam atrasados para ir buscar os filhos, ou ainda das atividades extra, como a natação ou a música”.
“Todas essas particularidades do contrato devem ser dialogadas com os colégios para ser encontrado algum tipo de redução.”
O líder da CONFAP avisa, no entanto, que ultrapassada a pandemia, “os pais vão precisar de ter creches e jardins de infância onde por os filhos”.
Estas instituições “vão ter de continuar a pagar salários” e, por isso, “não seria correto estar a dizer, que se não levam as crianças às creches não deveriam pagar nada”, considerando ser “preciso às famílias perceberem que estas instituições não se formam de um dia para o outro”.
Jorge Ascenção pede às famílias que “assumam os compromissos contratuais”, sem por de lado a possibilidade de “encontrar um outro acordo, através do diálogo”.