Deputado que cuspiu em Bolsonaro renuncia ao mandato e foge do Brasil
24-01-2019 - 19:39
 • Renascença

Jean Wyllys tem vivido com escolta policial desde o assassinato da vereadora Marielle Franco.

O deputado federal brasileiro Jean Wyllys não vai tomar posse para o terceiro mandato para o qual foi eleito e não pretende voltar ao Brasil, face às ameaças de morte de que tem sido alvo.

Wyllys, do PSOL e o único deputado da atual legislatura assumidamente homossexual, tem tido escolta policial desde o assassinato de Marielle Franco, uma vereadora do mesmo partido.

Em declarações ao jornal "Folha de São Paulo", Jean Wyllys diz que uma das razões para abandonar a vida pública e o país-natal prende-se com o facto de o alegado mandante do assassinato de Marielle ter trabalhado para Flávio Bolsonaro, filho do atual Presidente brasileiro.

“Apavora-me saber que o filho do Presidente contratou a esposa e a mãe do assassino”, refere Wyllys. “O Presidente difamou-me, insultou-me, utilizou a homofobia contra mim. Este ambiente não é seguro para mim.”

Wyllys, que promete agora dedicar-se à vida académica, veio para a ribalta quando cuspiu em Bolsonaro na altura da votação que levaria à destituição da então Presidente Dilma Rousseff.