Em declarações feitas no programa Hora da Verdade da Renascença, Daniel Bessa critica duramente o primeiro-ministro por ter apoiado Luís Filipe Vieira na sua recandidatura à presidência do Benfica.
“Aquele apoio ofende-me como contribuinte, como cidadão e como pessoa. Como contribuinte, porque sei o quanto os contribuintes portugueses foram lesados por aquela pessoa. Como cidadão, porque sei do envolvimento daquela pessoa em processos judiciais, nomeadamente em processos que pretendem denegar a justiça. E como pessoa, porque os meus valores não têm nada a ver com ele”, criticou o antigo ministro da Economia.
Do ponto de vista de Daniel Bessa, a questão tem sido excessivamente posta na questão do ato em si e do apoio. “Se calhar não lhe fica muito bem, mas não passa mal nenhum. A mim o que me custou é que fosse apoiado aquele candidato”.
No último sábado, soube-se que o primeiro-ministro, António Costa, faz parte da comissão de honra de Luís Filipe Vieira para as eleições do Benfica, em outubro.
O apoio de Costa a Vieira motivou críticas de vários quadrantes políticos, desde logo por o presidente do Benfica ser um dos maiores devedores ao Novo Banco, que tem beneficiado da injeção de dinheiros públicos.
Em reação, o chefe do Governo tem defendido que o seu apoio à recandidatura do presidente do Benfica não tem “rigorosamente nada” a ver com a sua vida política ou funções.
Daniel Bessa é um dos rostos do recém-criado conselho consultivo do Conselho Estratégico Nacional do PSD. O convite partiu do próprio líder social-democrata, Rui Rio, de quem é amigo há muitos anos.
Professor, gestor, antigo ministro da Economia de António Guterres, Daniel Bessa não se revê na solução governativa de António Costa, mas deixa elogios para o consultor a quem o primeiro-ministro pediu a Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal, António Costa Silva. Quanto ao PSD, Bessa diz que tem de apimentar mais o seu papel de oposição.