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A Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia nos Açores não recomendou ao Governo Regional a adoção de um confinamento geral, devido à Covid-19, em todo o arquipélago, revelou esta terça-feira o seu presidente.
“Não recomendei o confinamento geral em todo o lado, se bem que no documento que foi enviado para o Governo está colocado como uma das possibilidades de intervenção, mas não foi recomendado que fosse seguido esse modelo”, afirmou o presidente da comissão, Gustavo Tato Borges, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Gustavo Tato Borges admitiu que as medidas adotadas no continente português poderiam ser replicadas “quer em todo o arquipélago, quer nas zonas mais problemáticas”, mas frisou que a comissão não assume medidas “por cópia daquilo que fazem noutros locais”.
“Percebemos o impacto que isto tem na vida local, percebemos a aflição dos próprios autarcas que pedem medidas mais duras. A verdade é que acreditamos que as medidas que estão implementadas neste momento são as medidas ideais”, salientou.
O Conselho de Governo vai reunir-se esta quarta-feira para decidir se é necessário implementar novas medidas de contenção da pandemia nos Açores.
O diretor regional da Saúde, Berto Cabral, também presente na conferência de imprensa, não antecipou que medidas serão tomadas, mas disse que será mantida a obrigatoriedade de realização de testes de despiste do novo coronavírus à saída das ilhas Terceira e São Miguel, por via aérea.
“Os testes irão manter-se e irão ser alargados para os passageiros que saiam de São Miguel com destino à ilha Terceira. Entendemos, com isto, testar mais passageiros e tentar salvaguardar a situação epidemiológica na Terceira, que tem vindo a ter uma evolução muito positiva”, avançou.
A medida foi implementada no dia 19 de dezembro para os passageiros com origem nas ilhas Terceira e São Miguel, com destino às restantes sete ilhas, onde ainda não foi detetada transmissão comunitária do novo coronavírus, mas estava em avaliação.
“O número de casos positivos que foram detetados no seguimento destes testes, de facto, foi um número muito baixo. Agora, da análise que fazemos da situação epidemiológica neste momento, em particular na ilha de São Miguel, não é entendimento do Governo Regional dos Açores que seja o momento para cancelar a realização destes testes”, justificou o diretor regional.
Os Açores têm atualmente 841 casos positivos ativos de infeção pelo SARS-CoV-2, que provoca a doença Covid-19, dos quais 797 em São Miguel, 40 na Terceira, dois no Faial e dois nas Flores.
Segundo Berto Cabral, o Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada (HDES) vai reforçar a sua capacidade de internamento de doentes com Covid-19.
“Em estado de rotura total não está. Já começa a haver um número significativo de ocupação, mas neste momento posso dizer que já estamos a desencadear tudo o que é necessário para que o HDES possa abrir mais uma enfermaria e com isto aumentar a capacidade até um número próximo das 20 camas”, adiantou.
O Hospital de Ponta Delgada conta com 22 internamentos, dos quais seis em unidade de cuidados intensivos, e o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira com quatro internamentos, dos quais um em cuidados intensivos.
Foi registado hoje um óbito no Hospital da Ilha Terceira, de um homem de 66 anos, que se encontrava internado desde o dia 26 de novembro, integrando já a unidade de cuidados intensivos.
Com este caso aumenta para 23 o número de óbitos associados à Covid-19 nos Açores, desde o início da pandemia.
Os Açores já contabilizaram 2.781 casos de infeção e 1.823 recuperações.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.945.437 mortos resultantes de mais de 90,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.080 pessoas dos 496.552 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.