Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, garantiu que a equipa irá disputar final da Taça de Portugal, apesar das agressões a jogadores e invasão à Academia ocorridas esta terça-feira, que classificou de "caso de polícia", descartando que fosse um caso desportivo.
"O que se passou é um ato criminoso. Vamos aguardar para ver quem são e tomar as nossas medidas. Como é lógico, os jogadores, num primeiro momento, [ficaram] em estado de choque. [Estão agora] muito mais calmos. Há muita especulação. Talvez muita gente não queria, mas claro que vamos estar no Jamor. Vamos jogar. Os jogadores estão tristes com o que aconteceu, mas querem jogar", declarou, à Sporting TV.
Quanto às causas do ataque dos cerca de 50 adeptos a Alcochete, Bruno admitiu ter ouvido "uma série de teorias mirabolantes" sobre o sucedido:
"Uma delas que este é o meu modus operandi, porque já nas assembleias gerais não deixo quem quer falar mal falar. É falso. Toda a gente pode falar o que quiser. O meu modus operandi não é de certeza absoluta ver colegas e staff serem agredidos. Estamos a quatro dias na final, a seguir é o fim da época. Que interesse teria o Sporting numa situação destas?".
"Está a haver muito aproveitamento. Estou muito triste pelo Sporting. São sempre atos reprováveis. Bem sei que o Sporting e este presidente são sempre agradáveis de se bater. Isto é de condenar sempre em todo lado, não é só no Sporting. Vamos estar atentos a quem fez estes atos e iremos atingir em conformidade no caso de serem associados do clube, visto que o resto tem de ser a justiça a fazer o seu trabalho", acrescentou.
Um "caso de polícia", não de "frustração"
Bruno de Carvalho pediu calma ao universo sportinguista e garantiu que os problemas com os jogadores foram ultrapassados em momento de crise. Também criticou quem apontou o ocorrido como uma questão de "frustração" e garantiu que se tratou, em vez disso, de "crime público":
"As pessoas estão a transformar isto num caso desportivo e isto é um caso de polícia. Um dia triste. Mais um no futebol português. Felizmente, com a polícia a atuar rapidamente e bem estão quase todos presos. A partir daí é chover no molhado. Acompanhei de perto o que podia".
"Estive aqui a dar o meu apoio e solidariedade àqueles que também são uma família. Há coisas que fazem ultrapassar tudo. Não há 'posts', não há Instagrams, não há nada que não se apague num momento destes. Os jogadores querem sentir-se seguros, nós queremos que eles estejam bem para ganharmos o troféu no Jamor", frisou o líder leonino.
Todos devem apurar responsabilidades
Bruno aproveitou para "repudiar totalmente" o ocorrido e avisou que "as entidades que tutelam o desporto não devem, nestes momentos, tirar aproveitamento para atacar o Sporting". Ao invés, devem "tirar ilações da sua inercia" e "assumir as suas responsabilidades".
Bruno lamentou que o secretário de Estado da Juventude do Desporto tenha dito que era preciso tomar "medidas corajosas" sem referir quais eram. "O Sporting há muito tempo que fala na questão da violência e das claques. Existe um presidente do IPDJ que continua a insistir que a legalização não é importante", criticou o dirigente máximo dos leões.
Relativamente às possíveis responsabilidades do próprio Sporting, Bruno de Carvalho deixou uma garantia: "Se tivermos que fazer melhorias nas condições de segurança da Academia de certeza absoluta que vamos averiguar internamente o que é que aconteceu e o que podemos melhorar e não melhorar". Entretanto, pediu aos adeptos que "não se deixem intoxicar tanto pela comunicação social":
"Tem sido uma sucessão de acontecimentos absolutamente terríveis que espero no final do dia não vejamos que estão todos interligados porque esta direção nunca sofreu um ataque tão grave e tão cerrado. Vamos esperar calmamente para saber quem são [os agressores]".