O bastonário da Ordem dos Médicos diz-se satisfeito com a recetividade da ministra da Saúde para dar resposta ao conjunto de medidas apresentado na reunião da manhã desta segunda-feira.
Carlos Cortes apresentou a Ana Paula Martins seis medidas que devem ser concretizadas nos primeiros 60 dias de governação.
Entre essas propostas está uma revisão do papel da Direção Executiva do SNS, tal como próprio bastonário da Ordem dos Médicos antecipou, na Renascença, ainda antes do encontro no Ministério da Saúde.
Carlos Cortes diz não compreender a polémica gerada pelo pedido da ministra para avaliar, não apenas o trabalho das unidades locais de saúde, criadas pelo anterior Governo, bem como as atribuições da Direção Executiva do SNS.
“As ULS existem desde finais dos anos 90, portanto elas já deviam ter sido avaliadas para percebermos como é que devemos iniciar esta reforma”, diz à Renascença o bastonário da Ordem dos Médicos.
Já sobre o desempenho de Fernando Araújo desde que assumiu a coordenação do SNS, Carlos Cortes diz não querer interferir numa avaliação que é da responsabilidade da ministra Ana Paula Martins.
O bastonário considera “importante” a existência desta figura, mas pede que seja revisto e repensado o seu papel, no quadro da gestão global do SNS.
“Nos últimos dois anos, nós assistimos a uma espécie de Ministério da Saúde bicéfalo, em que havia um ministro e um diretor executivo; muitas das competências atuais da Direção Executiva têm de ser do Ministério da Saúde, como, por exemplo, a reforma do SNS”, sublinha.
Olhando para o que foi a experiência de relação entre Ministério e Direção Executiva no tempo em que Manuel Pizarro esteve à frente da Saúde, o bastonário da Ordem dos Médicos lembra que as funções do ministro “já estavam muito esvaziadas, tendo em conta que a sua intervenção sobre o Serviço Nacional de Saúde era uma intervenção diminuta”.
Apresentadas estas preocupações à nova equipa ministerial, o bastonário da Ordem dos Médicos faz um balanço “muito positivo”, porque diz ter conseguido de Ana Paula Martins a garantia de que será dada, em duas semanas, uma resposta aos médicos.