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Mais de 60 milhões de pessoas na Índia podem ter sido infetadas com o novo coronavírus, dez vezes mais do que indicam os números oficiais, anunciaram esta terça-feira as autoridades de saúde que acompanham a evolução da pandemia no país, citando um estudo nacional baseado em testes sorológicos.
Segundo dados oficiais, a população indiana, com mais de 6,1 milhões de casos de contaminação em 1,3 mil milhões de habitantes, é a segunda mais afetada pela epidemia no mundo, depois dos Estados Unidos.
Porém, análises ao sangue realizadas em 29 mil pessoas em 21 estados indianos entre meados de agosto e meados de setembro mostram que o número de pessoas infetadas pode ser dez vezes maior.
"A principal conclusão desta pesquisa sorológica é que um em cada quinze indivíduos com mais de 10 anos foi exposto ao vírus em agosto", disse o diretor-geral do Conselho Indiano de Pesquisa Médica, Balram Bhargava, numa conferência de imprensa no Ministério da Saúde.
Os resultados mostram que a exposição ao vírus foi maior entre os testados nos bairros degradados das áreas urbanas (15,6%) e outras áreas urbanas (8,2%), do que nas áreas rurais (4,4%).
Os testes sorológicos mostram os anticorpos desenvolvidos pelas pessoas que foram expostas ao coronavírus.
Os resultados iniciais dos testes sorológicos revelaram que 0,73% dos adultos na Índia, ou cerca de 6 milhões de pessoas, tinham sido expostos ao vírus antes de maio.
Os investigadores alertam, no entanto, para a fiabilidade destes testes porque eles também revelam os anticorpos desenvolvidos durante a exposição a outros coronavírus e não apenas ao do covid-19.
A Índia gradualmente suspendeu as medidas de contenção muito rígidas impostas em março na tentativa de salvar a sua economia em declínio.