O líder parlamentar do PSD defendeu, esta terça-feira, uma "correção" do método de representação para aumentar o número de deputados eleitos pelo interior, classificando a situação como "calamidade política, mas sem assumir esta posição como um compromisso do partido.
No segundo dia das jornadas parlamentares do partido, que decorrem em Portalegre, Adão Silva visitou as obras do Tribunal Judicial de Portalegre, que se prolongam desde 2014, e o centro de formação da GNR, com novas instalações prometidas desde que o atual primeiro-ministro, António Costa, era ministro na Administração Interna, segundo o deputado do PSD.
Depois de ouvir queixas de que o distrito de Portalegre é prejudicado por eleger apenas dois deputados (já elegeu quatro no passado), o líder parlamentar do PSD foi questionado pelos jornalistas se o partido pretende corrigir esta situação.
"O método de Hondt não favorece muito o interior, distorce até a representação da população do interior. Eu acho que tem de haver alguma correção, se não mesmo uma correção a sério, para que haja eleição de um número maior de deputados pelo interior", afirmou.
Adão Silva classificou a situação atual de "calamidade política e de representação parlamentar".
"Isto não pode continuar, é uma situação que é facilmente invertida se se alterar o processo de representação previsto na Constituição", afirmou.
Questionado se tal representa um compromisso do PSD no futuro processo de revisão que irá desencadear, Adão Silva não quis ir tão longe.
"Não assumirei isto como compromisso, porque não estou habilitado para tal. Bato-me para que seja, mas as decisões no PSD são democráticas", afirmou.
Questionado sobre a ausência do líder do PSD e deputado do Rio da maior parte das jornadas - estará presente no almoço e encerramento do segundo dia - , Adão Silva desvalorizou, dizendo que tal já aconteceu com outros presidentes.
"São tempos de muita exigência. Não temos de estar todos acumulados, ganhamos em que cada um faça bem o seu trabalho, ele está a fazer um grande trabalho de preparação das autárquicas", defendeu.