A composição do Governo, com ou sem liberais e centristas e em que dose é matéria reservada ao líder. Com este argumento, o social-democrata Pedro Duarte não tem notícias para dar, mas partilha o desejo de um executivo de ação.
"Até pelo ritmo de vida que temos hoje, pelas dificuldades que o país enfrenta, precisamos de um Governo com um certo sentido de urgência. Precisa rapidamente de tomar decisões e executá-las", defende na Renascença o líder da plataforma de reflexão do PSD.
O antigo deputado insiste na necessidade de um "impulso diferente ao país" em diversas áreas.
Do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) à Saúde, onde a AD prometeu um programa de emergência para a saúde "sabendo o estado em que está o SNS", passando pela educação onde "as escolas e os professores precisam rapidamente de um impulso de motivacional adicional", são muitas as áreas identificadas por Pedro Duarte para uma ação imediata do Governo Montenegro.
"Com estes desafios teóricos que se apresentam, pode ser que isto seja uma oportunidade e um incentivo a que o Governo seja mais eficaz", sustenta o antigo líder da Juventude Social-Democrata no programa Casa Comum, da Renascença.
Um Governo dialogante
O executivo de Luís Montenegro estará baseado numa maioria relativa no Parlamento, pela soma dos mandatos de PSD, CDS e, tudo indica, da Iniciativa Liberal.
Pedro Duarte fala num "quadro parlamentar mais desafiante" que torna "evidente" que este será um Governo "um pouco diferente" em relação aos últimos anos.
"O diálogo, a tentativa de concertação e a busca de consensos serão elementos muito importantes na governação", assegura Pedro Duarte, que diz ter uma tese antiga sobre "governos desta natureza" que apontam para maior eficácia da sua ação.
"Isto pode até ser uma oportunidade", acrescenta no espaço de debate das quartas-feiras da Renascença com o socialista Porfírio Silva.