Prédio Coutinho começa a ser desmantelado
28-06-2019 - 08:57
 • Renascença com Lusa

No interior, ainda estão nove moradores que se recusam a entregar as habitações.

Começaram esta sexta de manhã os trabalhos de desconstrução do Prédio Coutinho. No interior ainda estão nove moradores que recusam a entregar seis habitações.

Segundo fonte da VianaPolis, uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi acionada para prestar auxílio a um dos moradores do 5.º andar que não se sentiu bem.

No exterior do prédio, onde a policia alargou desde quinta-feira o perímetro de segurança, conseguem-se ouvir os ruídos dos trabalhos que vêm do interior do edifício composto por 105 frações.

O Edifício Jardim, localmente conhecido como prédio Coutinho, tem desconstrução prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis, mas a batalha judicial iniciada pelos moradores travou aquele projeto iniciado quando era António Guterres primeiro-ministro e José Sócrates ministro do Ambiente.

Para o local onde está instalado o edifício está prevista a construção do novo mercado municipal da cidade.

Advogado acusa VianaPolis de "abuso de poder"

O advogado dos últimos nove moradores no prédio Coutinho, em Viana do Castelo, acusou hoje a VianaPolis de "abuso de poder" e garantiu que a sociedade será "responsabilizada criminalmente" pelos danos que causados àquelas pessoas.

Magalhães Sant'Ana referia-se à interrupção do fornecimento de eletricidade ao edifício Jardim, conhecido como prédio Coutinho, hoje efetuada pela sociedade que gere o programa Polis de Viana do Castelo, imóvel que também já não tem água nem gás.

"É uma situação perfeitamente aberrante. Estamos perante uma situação de abuso de poder, cometido pelos decisores da VianaPolis, e um atentado ao Estado de direito democrático. Responsabilizaremos criminalmente a VianaPolis por tudo o que acontecer e que possa provocar danos aos nossos constituintes", afirmou.

Questionado sobre a participação que a VianaPolis anunciou à Ordem dos Advogados, por incumprimento da conduta profissional e deontológica, o causídico disse "não ter fundamento rigorosamente nenhum".

"Não dou qualquer importância a isso. A VianaPolis é livre de apresentar as queixas que quiser, que nós cá estaremos depois para responder. Estamos a exercer o nosso trabalho com todo o zelo e todo o empenho no interesse das pessoas e é o que continuaremos a fazer", salientou.