O CDS continua em ambiente de grande tensão. Nuno Melo acusou o presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, de agir "como um miúdo que está a perder o jogo e leva a bola para casa".
Em entrevista à SIC, o candidato à liderança do partido anunciou que milhares de militantes estão a subscrever um documento a pedir para que o Congresso se realize no último fim de semana deste mês, tal como esteve inicialmente marcado.
Diz que “sábado foi, talvez, o dia mais negro do partido em 47 anos”, referindo-se à aprovação do adiamento do Congresso para depois das eleições legislativas.
Nuno Melo garante que teve “o telefone disponível” para Francisco Rodrigues dos Santos com quem tinha “uma conversa marcada, no próximo Congresso Nacional, a 27 e 28 de novembro, conversa na qual o partido iria decidir qual a melhor estratégia de derrotar o PS”.
“Estratégia que [para Francisco Rodrigues dos Santos] passa por caminhar debaixo da asa do PSD, tendo-se agido como aquele miúdo que está a perder o jogo e leva a bola para casa”, referiu Nuno Melo sobre o que se sucedeu no último Conselho Nacional, relembrando que “o PSD já assumiu que é por caridade que faz coligação com o CDS”.
O centrista entende que “só falta de visão, de liderança e de capacidade de entender a tragédia no CDS é que não leva alguém a resolver o problema”, considerando que “realizando-se o Congresso, o partido estava pacificado”.
Nesta entrevista, estende também as críticas ao presidente do Conselho Nacional, Filipe Anacoreta Correia.
“Um presidente do Conselho Nacional que eu nunca vi tal coisa no meu partido, que a mim deu-me três minutos para defender a realização do Congresso, falando por cima de mim e depois desligando-me o microfone - porque os trabalhos estavam a decorrer virtualmente, e por isso é que o fez virtualmente - e ao Francisco Rodrigues dos Santos deu o tempo todo para falar, 20 ou 30 minutos, as vezes que queria, violando o que disse o Conselho de Jurisdição, que disse que não se poderia realizar o Congresso”, acusou.
O eurodeputado voltou a lamentar que, “a 24 horas da eleição dos delegados”, a direção do partido tenha mudado “as regras do jogo” para cancelar o congresso previsto para 27 e 28 de novembro.
Com o cancelamento do congresso, Nuno Melo refere que se criou perturbação interna, estando o partido a viver um “momento dificílimo por ambição de poder e um projeto pessoal”.
Para o centrista o partido vive “com batota”, violando decisões do tribunal do partido e “regras básicas de igualdade de armas”, e apela, por isso, aos militantes que “não saiam”.
“Por favor, não saiam, fiquem e resistam!”, apelou.