A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) está a preparar "ações que possam mitigar os efeitos da greve" dos motoristas planeada para 12 de agosto, cujos serviços mínimos não foram hoje acordados, disse esta quarta-feira o secretário-geral.
De acordo com o secretário-geral da Apetro, António Comprido, a associação que representa as empresas petrolíferas está a preparar "ações que possam mitigar os efeitos da greve".
"Estamos a olhar para as lições da greve anterior", garantiu António Comprido à Lusa, acrescentando que está a trabalhar "juntamente com os associados", apesar de não querer dar, para já, pormenores sobre "planos de trabalho" concretos.
O responsável adiantou ainda que "é o Governo quem tem de responder" pela eventual ausência de serviços mínimos, e que essa situação "ultrapassa completamente" o âmbito da Apetro.
Os sindicatos dos motoristas que entregaram pré-aviso de greve com início em 12 de agosto e a associação das empresas transportadoras ANTRAM não chegaram a acordo para serviços mínimos, depois de reunião hoje na DGERT.
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e a ANTRAM estiveram reunidos hoje na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), para definir os serviços mínimos para a greve de agosto.
No pré-aviso de greve entregue pelos sindicatos, eram propostos serviços mínimos de 25% em todo o país.
Por sua vez, as empresas propunham 70% de serviços mínimos garantidos.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assegurou hoje, no Entroncamento, que o Governo está "a trabalhar" na questão da greve dos trabalhadores dos transportes rodoviários e que os serviços mínimos "serão numa dimensão muito satisfatória".
Anteriormente, o ministro tinha defendido que os portugueses devem começar a "abastecer" as suas viaturas para "se precaverem" no caso de haver greve dos motoristas a partir de 12 de agosto.
A ANTRAM considera que a postura "socialmente irresponsável" dos sindicatos dos motoristas justifica "requisição civil preventiva", disse hoje à Lusa o representante da associação dos transportadores, após a falta de acordo nos serviços mínimos para a greve de agosto.
"Se isto não é caso para uma requisição civil preventiva, então não sei o que é", defendeu o representante e advogado da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), André Matias de Almeida, classificando a postura dos sindicatos de "socialmente irresponsável".