Falta de professores. Todos pela Escola Pública arrasa "falta de planeamento" do ano letivo
14-10-2020 - 11:17
 • Fátima Casanova

Na primeira posição pública que toma, a ATEP critica o Ministério da Educação “pela falta de estratégia e planeamento do ano letivo” e aponta ainda a “tardia ou ausência de disponibilização de meios e recursos às escolas”.

O Ministério da Educação falhou no planeamento do ano letivo, acusa a Associação Todos pela Escola Pública (ATEP). A falta de professores e assistentes operacionais, que está a afetar milhares de alunos, é uma das críticas apontadas pela nova associação.

Na primeira posição pública que toma, a ATEP critica o Ministério da Educação “pela falta de estratégia e planeamento do ano letivo” e aponta ainda a “tardia ou ausência de disponibilização de meios e recursos às escolas”.

O presidente da ATEP, André Julião, considera que o Ministério da Educação não aproveitou nem o tempo disponível, nem a experiência acumulada na primeira vaga para preparar este ano letivo.

Aponta falhas até em situações que estavam previstas, como “horários que não promovem o distanciamento social, entradas e saídas feitas pelo mesmo local, medidas que limitam a utilização de refeitórios, obrigando alunos a comer na rua ou dentro da sala de aula”.

ATEP reivindica subsídio de deslocação para professores

A somar a todas as falhas de preparação do ano letivo, o presidente da ATEP acusa, na Renascença, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, por não ter acautelado o cenário da falta de professores.

Nesta altura, há milhares de alunos sem professores a várias disciplinas, especialmente na zona da Grande Lisboa. Uma situação que André Julião até compreende, porque têm “sair da área de residência, das zonas do Porto ou de Aveiro, para dar aulas nos distritos de Lisboa ou de Setúbal e ainda ter de pagar do próprio bolso os preços exorbitantes de uma casa ou de um quarto, muitas vezes sem ter um horário completo”.

André Julião lamenta que o Governo não tenha acautelado este cenário ao mesmo tempo que critica o facto “dos professores não terem direito a subsídio de deslocação, como, por exemplo, os deputados da Assembleia da República”.

A ATEP quer fazer chegar estas críticas ao Ministério da Educação. Nesse sentido já dirigiu um pedido de reunião ao gabinete de Tiago Brandão Rodrigues.