Veja também
- Mapa eleitoral continua cor de rosa e Parlamento ficou mais colorido
- Parlamento dos pequenitos. Recorde de partidos na AR
- Geringonça 2.0, hecatombes ou a revolução dos pequenos
Com a quase totalidade dos votos contabilizados, faltando apenas eleger os quatro deputados representantes dos emigrantes, a primeira conclusão das legislativas de domingo é que esta vai ser uma legislatura com muitas caras novas. No total, há 94 estreantes na Assembleia da República, o correspondente a quase 41% dos assentos parlamentares, contra 132 repetentes.
Excluindo, por ora, os três partidos que entram pela primeira vez no Parlamento, o destaque vai para o PSD que se renovou quase por completo, com mais novos deputados (44) do que repetentes (33). O PAN, que passou de um para quatro deputados, também tem três caras novas.
O PS tem apenas 35 estreantes para 71 repetentes e a CDU três para nove. Já o Bloco de Esquerda tem seis novos deputados e 13 repetentes. O CDS é o único partido que não tem uma única cara nova, todos os cinco deputados já estiveram antes na Assembleia da República.
PAN é o partido mais feminino
Esta legislatura tem uma maioria de homens, com 139 deputados para apenas 87 mulheres. Ainda assim, houve mais mulheres eleitas este ano em comparação com as últimas legislativas, em 2015. Na altura apenas 75 conseguiram lugar na Assembleia da República de um total de 230.
Entre os partidos com mandatos, o PS tem 40 mulheres e 66 homens e o PSD tem apenas marginalmente mais de metade do número de mulheres do que homens, com 26 para 51. A bancada parlamentar do Bloco é quase paritária, com nove mulheres e dez homens, mas a CDU não fica muito atrás, com sete homens e cinco mulheres.
Em 2015 o PS tinha eleito menos sete mulheres, o Bloco menos cinco. A CDU tinha eleito mais duas do que agora, embora a queda possa explicar-se também pela diminuição geral de deputados eleitos. Já o PSD e o CDS, que concorreram coligados em 2015, tinham eleito 27 mulheres, mais três apenas do PSD pela Madeira, uma vez que a coligação não concorreu nas ilhas.
Situação inversa vive-se agora no CDS, que tem mais deputadas (3) do que deputados (2), mas o destaque vai mesmo para o PAN, onde o deputado repetente André Silva se verá agora em minoria na sua bancada, uma vez que as três deputadas estreantes que o vão ajudar a formar um grupo parlamentar são mulheres.
Entre os partidos que entraram pela primeira vez no Parlamento, com apenas um deputado cada, a Iniciativa Liberal e o Chega estão representados por homens e o Livre por uma mulher.
Olhando pela perspetiva dos círculos eleitorais, nenhum tem mais mulheres do que homens, mas Setúbal e Viana do Castelo têm o mesmo número.
Idade média: 48
A idade média da nova legislatura é de 48 anos. Em termos de médias regista-se um empate entre o PS e o PSD, com 49 anos, seguidos do CDS com 47 e da CDU com 45. Os deputados do Bloco têm uma média de idade de 42 anos. Dos partidos com mais do que um deputado, o PAN é, de longe, o mais jovem, com média de 37 anos. Já os deputados únicos do Chega e do Livre têm 36 anos cada e o da Iniciativa Liberal tem 58.
Nesta legislatura, o deputado mais novo de todos é do PS: tem 25 anos e chama-se Miguel Costa Matos, tendo sido eleito pelo círculo de Lisboa. O mais velho é Alexandre Quintanilha, também do PS, eleito pelo círculo do Porto, aos 74 anos.
O círculo eleitoral mais novo é Portalegre, com uma média de 40 anos, e o mais velho é Bragança, com 59.
João mais popular, direita mais fértil
O nome mais popular nesta nova legislatura é João, com um total de 17 deputados a carregar o nome, de acordo com os dados recolhidos pela Renascença. Ana e Maria, ambas com sete, são as campeãs entre as mulheres. Esta contagem inclui apenas os primeiros nomes próprios, podendo variar ainda mais se forem contabilizados segundos nomes próprios.
Muitos dos partidos que a Renascença contactou não enviaram dados completos sobre os seus candidatos, pelo que não é, para já, possível fazer uma análise rigorosa ao estado civil dos deputados, nem ao número de filhos. Contudo, com base na informação de que a Renascença dispõe, apenas três dos deputados eleitos têm mais do que três filhos. Assunção Cristas, do CDS, André Lima, do PSD e João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, têm todos quatro filhos. Curiosamente, são todos da ala direita do Parlamento.
Com três filhos – número mínimo para ser contado como família numerosa – há seis deputados: quatro do PS e dois do CDS.
Estes dados são provisórios. Para além de faltarem os quatro deputados eleitos pelos emigrantes, é natural que muitos dos que foram eleitos entrem para o Governo mal este seja formado, sendo por isso substituídos por outros que estavam mais abaixo nas listas.