O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, disse esta quarta-feira no parlamento que a limpeza do balanço e as maiores exigências de capital por parte dos reguladores explicam os prejuízos acumulados pelo banco público nos últimos anos.
O gestor abordou as questões por trás dos resultados líquidos negativos da CGD e disse que "a limpeza de balanço foi acompanhada por uma radical reorganização da área de crédito a empresas e particulares" e "a esta limpeza vieram juntar-se o aumento dos requisitos de capital".
Segundo José de Matos, "através da implementação do programa de reestruturação a CGD conseguiu mitigar parte relevante dos desvios de capitais", especificando que a palavra 'desvios' devia ser entendida única e exclusivamente como a diferença para os novos rácios de capital.
O líder da CGD sublinhou que a administração foi implementando "medidas adicionais para melhorar a sua eficiência e rentabilidade", admitindo, contudo, que estas "não foram suficientes para responder aos requisitos de capital".
De resto, José de Matos vincou que "a CGD cumpriu permanentemente todas as exigências em matéria de capital e de liquidez" e também "cumpriu integralmente as exigências que o memorando de entendimento do programa de assistência internacional previa para a instituição", entre as quais a alienação de activos não estratégicos e da área seguradora.
Sobre o reforço de capital feito em 2012, que resultou da injecção de 750 milhões de euros em capital e da subscrição de 900 milhões de euros em obrigações convertíveis (CoCo) feitas pelo accionista Estado, o gestor vincou que, "em termos relativos, a capitalização da Caixa em 2012 foi a mais baixa do sistema bancário português e uma das mais baixas de toda a Europa".