O derradeiro rival de Portugal, no Grupo F do Euro 2024, começa a ganhar rosto esta quinta-feira, quando arrancam os play-off de acesso ao próximo Campeonato da Europa.
Em cima da mesa como potenciais adversários, que se juntam à Chéquia e Turquia, estão Geórgia, Cazaquistão, Luxemburgo e Grécia, um velho conhecido que, há 20 anos, magicou neste nosso país com uma ferida imensa.
Segundo Afonso Cabral, treinador de futebol e comentador da Renascença, a Geórgia é o adversário mais complicado. “Teve um percurso difícil, com Noruega, a sensação Escócia e a Espanha, mas é o principal candidato à vaga no Grupo F."
Os georgianos têm pela frente o Luxemburgo, que Portugal goleou na fase de apuramento por 6-0 e 9-0. Ou seja, é uma seleção que “não deve constituir dificuldade, a menos que a arrogância se apodere da equipa de Roberto Martínez”.
A seguir, o vencedor desse encontro entre georgianos e luxemburgueses terá pela frente o triunfador do jogo entre Cazaquistão e Grécia, que procura voltar a um Europeu, um torneio que jogou pela última vez em 2012, quando chegou aos quartos de final.
Mas voltemos brevemente à Geórgia. Como não podia deixar de ser, Afonso Cabral destaca um homem. “[Khvicha] Kvaratskhelia é o nome mais sonante na seleção do senhor Willy Sagnol”, garante. Como não haveria de ser assim se tem aquele drible serpenteante e irresistível...
Já o selecionador, um antigo lateral direito, começou a carreira de não futebolista como coordenador da formação das seleções jovens francesas. Depois, saltou para o treino, onde assumiu os sub-20 e depois os sub-21 daquele país. O futebol de clubes e de rendimento chegou em 2014, quando pegou nos destinos do Bordéus.
Finalmente, em 2017/18, foi adjunto do Bayern Munique, onde também jogou. Sagnol, de 47 anos e que participou em dois Europeus, é selecionador da Geórgia desde 2021.
Mas Afonso Cabral aponta o holofote também para Georges Mikautadze, outro atacante. “São os homens com liberdade expressiva num 5-3-2 muito orientado para o momento da transição ofensiva”, explica.
Este treinador demonstra que também, e como não podia deixar de ser, a Grécia tem uma palavra a dizer. “Atrás de França e Países Baixos na qualificação, os gregos conseguiram um empate caseiro com os vice-campeões do mundo, por 2-2, numa altura em que já tinham tudo decidido”, lembra. Já a maior figura, diz, é Konstantinos Mavropanos, um central do West Ham.
O rival da Grécia, campeã da Europa em 2004, é o Cazaquistão. “Terminou no quarto lugar num grupo sem nenhum tubarão”, contextualiza Cabral. “A vitória contra a Dinamarca, por 3-2, é a grande bandeira do apuramento.”
Os play-offs que vão revelar o quarto elemento do grupo de Portugal no próximo Campeonato da Europa decidem-se em jogos com apenas uma mão.