O líder do Partido Comunista frisou esta tarde, no comício de encerramento das comemorações do centenário do Partido Comunista, em Lisboa, que o partido “não apoia a guerra”. “Isso é uma vergonhosa calúnia”, disse Jerónimo de Sousa.
“O PCP não tem nada a ver com o governo russo e o seu presidente. A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos”, disse Jerónimo de Sousa, na arena do Campo Pequeno, em Lisboa, que esta tarde se encheu de militantes com cartazes onde se lia “sim a paz, não à guerra”, “pela paz”.
“Não caricaturem a posição do PCP que sem equívocos, e ao contrário de outros, condena todo um caminho de ingerência, violência e confrontação, o golpe de Estado de 2014, promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da União Europeia”, disse Jerónimo de Sousa.
Guerra só serve os EUA, diz o PCP
O secretário-geral do PCP sublinhou que a “guerra não serve ucranianos, nem russos”, mas a “a administração norte-americana e o seu complexo militar-industrial para desviar atenção dos problemas internos, para vender armas em larga escala, para se aproveitar económica e militarmente de uma guerra a milhares de quilómetros das suas fronteiras.”
Jerónimo de Sousa apelou ainda “ao povo português para a mobilização e a ação pela paz e não para a escalada da guerra”, pedindo também "solidariedade e ajuda humanitária às populações, que não se pode confundir com o apoio a grupos fascistas e neonazis”.
Enfrentar um cenário difícil
Quase no fim da intervenção, Jerónimo de Sousa afirmou ainda que “em nome da guerra está em curso a mais desbragada intolerância e difusão de ódio fascizante”, “um caldo de cultura antidemocrático e persecutório, com uma forte componente anticomunista”.