Israel estará prestes a aceitar um cessar-fogo em Gaza, mas continua a fazer depender esse cenário da libertação de todos os reféns do ataque de 7 de outubro do ano passado. Este fim-de-semana foi de intensas negociações no Cairo.
Quais são as condições?
Aparentemente, terá havido alguns progressos quanto a uma trégua no conflito em Gaza. As delegações de Israel e do Hamas estiveram reunidas ao longo deste fim-de-semana no Cairo e, nas últimas horas, a televisão egípcia deu conta de uma evolução no diálogo entre as partes.
Ainda assim, no discurso televisivo que proferiu na última noite, o primeiro-ministro israelita reafirmou que, apesar da forte pressão internacional para um cessar-fogo, tal só acontecerá se os reféns forem todos libertados.
Aliás, na comunicação que fez ao país, Benjamin Netanyahu é taxativo: está pronto para um acordo, não para uma rendição, porque, entende o primeiro-ministro israelita, a questão dos reféns é um ponto inegociável.
Como reage o Hamas a este princípio de acordo?
Sem comentários, pelo menos por agora. Aliás, tanto o Hamas como o lado israelita não se pronunciam sobre o andamento das negociações. As agências internacionais falam de um acordo sobre pontos essenciais entre todas as partes envolvidas, mas pouco mais se sabe acerca desse princípio de entendimento. E nenhuma das partes envolvida nas negociações confirma este dado.
Aliás, se olharmos para tudo o que tem sido dito de viva voz nas últimas horas, a ideia de um acordo parece distante: Netanyahu diz que o Hamas está à espera que a pressão externa faça com que Israel se submeta a exigências extremas. Algo que, segundo o primeiro-ministro israelita, não vai acontecer.
Na resposta, o Hamas insiste que qualquer libertação de reféns depende de um cessar-fogo total, da retirada de todas as forças israelitas e do reforço da ajuda humanitária a Gaza.
As negociações deste fim-de-semana chegaram ao fim. Quando é que as delegações voltam a encontrar-se?
Nesta altura, o que se sabe é que tanto as delegações do Hamas, como do Qatar - que tem sido o principal mediador do conflito - regressam à capital egípcia dentro de dois dias para fechar os termos do que poderá ser um acordo final para uma trégua.
Já as delegações israelita e norte-americana deverão deixar a capital egípcia dentro de algumas horas.
Os combates foram suspensos enquanto decorriam as negociações no Cairo?
Não. Aliás, ao mesmo tempo que surgiam estas notícias dando conta de um possível acordo entre Israel e o Hamas, as agências internacionais davam conta de movimentações no terreno, nomeadamente, no Líbano.
A agência Reuters diz que o exército de Telavive abateu um dos comandantes do Hezbollah, junto à fronteira com Israel.
Já na Cisjordânia, há relatos de um ataque à bomba contra veículos blindados israelitas junto a um campo de refugiados em Nablus.