Longas filas de espera formaram-se esta segunda-feira junto a centros de vacinação em Inglaterra, na sequência do apelo do Governo britânico aos adultos para se protegerem com uma terceira dose de reforço devido ao risco da variante Ómicron.
O resultado foi uma corrida a centros com tempos de espera de várias horas desde esta manhã.
No Hospital St. Thomas, na margem sul do Rio Tamisa, em Londres, a fila estendia-se pela Ponte de Westminster em direção ao Parlamento na outra margem.
O sistema deverá abrir os agendamentos aos menores de 30 anos na quarta-feira, com o objetivo de disponibilizar uma terceira dose a todos os maiores de 18 anos até ao final de mês, o que implica administrar cerca de um milhão de vacinas todos os dias.
O ministro da Saúde, Sajid Javid, reconheceu no Parlamento esta segunda-feira que procedimentos médicos de rotina terão que ser adiados para atingir a meta, mas explicou que se não for dada "prioridade ao reforço agora, as consequências para a saúde serão mais graves nos próximos meses".
Pelo menos uma pessoa infetada com a variante Ómicron da covid-19 morreu no Reino Unido e outras 10 estão hospitalizadas.
Javid disse aos deputados que a mortalidade começa a aumentar cerca de duas semanas após as infecções, pelo que é expectável que "os números aumentem dramaticamente nos próximos dias e semanas".
Atualmente, estima-se que a variante Ómicron represente 20% dos casos em Inglaterra e 44% em Londres, onde deverá tornar-se dominante nas próximas 48 horas.
David adiantou que o número de casos diários real deverá rondar atualmente os 200.000, embora a média dos últimos sete dias seja de 52.000.
A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) disse que o número de casos confirmados de Omicron no Reino Unido aumentou 50% em 24 horas, tendo sido identificados 1.576 desde domingo, totalizando 4.713.
O organismo adiantou que as 10 pessoas hospitalizadas infetadas com a variante Ómicron em Inglaterra têm idades que variam entre os 18 e 85 anos, a maioria dos quais vacinadas com duas doses.
A UKHSA estima que se o número de infetados com a variante continuar a crescer à velocidade atual, esta vai tornar-se dominante, ou seja, responsável por mais de 50% de todas as infecções de covid-19 no Reino Unido, nos próximos dias.
O organismo estimou que o número está a duplicar a cada 2-3 dias, pelo que o Reino Unido poderá ultrapassar um milhão de infecções por dia até ao final deste mês.