Eurovisão. RTP diz que voluntários com material de filmar e fotografar foi “lapso”
27-02-2018 - 18:28
 • João Carlos Malta

Requisito de material próprio e a área ligada aos media desapareceram do formulário de candidatura. RTP admite que houve um erro e que foi corrigido assim que detetado.

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O formulário inicial de candidatura para os voluntários ao Festival da Eurovisão, que na semana passada foi publicado pela RTP, era claro no que diz respeito aos candidatos para a área de media: pedia-se que fotografassem e filmassem o dia-a-dia dos voluntários nas várias áreas e editassem pequenos vídeos para as redes sociais e um vídeo final de resumo do projeto.

Para tal, os candidatos teriam de trazer consigo o material necessário para cumprir a função e deviam possuir alguma experiência em fotografia, filmagem e edição de vídeo.

Este ponto foi um dos que mais criticas causou nas redes sociais, em fóruns de discussão, e a verdade é que dias depois as funções ligadas aos media desapareceram da lista, tal como os requisitos do material próprio para cumprir a função.

A Renascença contactou a RTP, entidade organizadora do Festival da Eurovisão que se realiza em maio no Altice Arena, para perceber o motivo da mudança. A diretora de marketing estratégico e de comunicação da televisão pública garante tratar-se de um lapso.

“Não deveria estar no formulário, só percebemos que estava na sexta-feira e, como foi um lapso, corrigimos”, escreveu Marina Ramos em resposta enviada por e-mail.

A mesma responsável acrescenta que “os voluntários não têm que levar equipamento fotográfico”.

No total, a RTP e o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), que estão a lançar o processo de recrutamento, têm 18 funções em aberto para 400 voluntários de toda a Europa, para os quais os portugueses terão primazia na seleção.

Ou seja, mais de um terço do total das 1.100 pessoas que vão estar envolvidas em tudo o que rodeia o Festival da Eurovisão, desde a preparação até a desmontagem, de 1 de abril a 15 de maio, fá-lo-ão em regime de voluntariado.

O processo já mereceu criticas dos sindicatos e de confederações patronais por considerarem que o processo configura um caso de “trabalho encapotado”.

A RTP defende que este é um modelo internacional e que o recurso ao voluntariado faz parte do modelo do ESC (Festival da Eurovisão). É um padrão que se repete anualmente. O objetivo é proporcionar experiências profissionais e contactos, a nível internacional, normalmente muito apelativos para quem quer enriquecer o currículo, participando em eventos internacionais”.