Mais descontos, mais autocarros, mais linhas. A Câmara de Lisboa aproveitou a assinatura do memorando de entendimento para a passagem da gestão da rodoviária Carris para a autarquia para fazer vários anúncios.
A Câmara de Lisboa vai iniciar funções como gestora da Carris – uma ambição antiga – a partir de 1 de Janeiro de 2017.
O Estado absorve a dívida histórica da empresa. "O Estado não faz nenhum favor, porque mantém-se responsável pelo que já é responsável, que é a dívida que criou", que, em 2015, ascendia a 700 milhões de euros, afirmou o primeiro-ministro António Costa.
"Temos uma visão estratégica para os próximos cinco anos", disse o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, acrescentando estar consciente de que as mudanças não vão acontecer "num mês ou num ano".
“As empresas não voltarão às dívidas históricas do passado, mas também não voltarão à situação crónica de subfinanciamento que fez deteriorar a situação", disse Medina.
As principais medidas anunciadas esta segunda-feira:
- Passes gratuitos para todas as crianças até aos 12 anos (em vez dos actuais 4 anos) e mais descontos para os idosos (em vez dos 26,75 euros os passes vão custar 15)
- Criação de uma “rede de bairros”, onde serão criadas carreiras para ligar os principais pontos de cada zona (escolas, mercado, centro de saúde, etc.). O primeiro bairro a receber esta rede será Marvila
- Criação de 21 novas linhas, em articulação com as juntas de freguesia
- Reforço de 250 novos autocarros nos próximos três anos para a cidade, num investimento de 60 milhões de euros
- Contratação de 220 motoristas
- Acesso universal e gratuito à internet nos autocarros carris
- Diminuição em 40% das emissões poluentes
- Outra das medidas anunciadas pelo autarca é a criação de sete corredores BUS de "elevado desempenho" em percursos estruturantes
- 4.455 novos lugares de estacionamento em parques dissuasores que vão existir em Pedrouços, no Areeiro e junto aos metros da Pontinha, Ameixoeira e Bela Vista e aos estádios da Luz e de Alvalade
- "Está iminente" a recuperação de "muitas carruagens que estão paradas" para que até ao fim do ano estejam em circulação, revelou o ministro do Ambiente
- Receitas de estacionamentos, multas e do Imposto Único de Circulação serão alocadas ao desenvolvimento do transporte público
- A dívida histórica da CP é assumida pelo Estado. As obrigações a partir do dia 1 de Janeiro de 2017 serão assumidas inteiramente pela Câmara de Lisboa