O Governo rejeita que tenha recebido por parte da Câmara de Setúbal um pedido de esclarecimento sobre veracidade das decalarações do Alto Comissariado para as Migrações sobre a receção de ucranianos em Portugal por russos com ligações ao Kremlin.
O executivo confirma que recebeu uma carta, mas que a mesma era um protesto contra as declarações daquele responsável a uma estação televisiva.
Em resposta à autarquia setubalense, o gabinete do primeiro-ministro diz que "a carta que o Presidente da Câmara Municipal de Setúbal dirigiu ao Primeiro-Ministro no passado dia 11/04/22 é um protesto sobre declarações prestadas pela Embaixadora da Ucrânia em Lisboa, à CNN, e foi reencaminhada para os efeitos tidos por convenientes para o MNE".
"Na referida carta não é solicitada qualquer informação sobre a Associação EDINSTVO, nem sobre o cidadão Igor Khashin", acrescenta a mesma comunicação.
Na sequência da notícia do jornal Expresso, que revela que pelo menos 160 refugiados ucranianos terão sido recebidos pelo antigo presidente da Casa da Rússia e pela mulher, funcionária do município de Setúbal, a autarquia veio esclarecer que "o sr. Igor Kashin, citado na notícia do Expresso, colabora, regularmente, há vários anos, com várias entidades da administração central, entre as quais o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Alto Comissariado para as Migrações e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras".
Kashin garante a câmara colaborou já este ano, "em instalações de alguns destes serviços em Setúbal, no contexto do acolhimento de refugiados da guerra da Ucrânia".