Só em 2023 o Metropolitano de Lisboa prevê ter 52 das 56 estações com acessibilidade plena.
O diretor de clientes do Metro, Miguel Rodrigues, revelou, durante um passeio pela Baixa de Lisboa, que 38 estações atualmente estão nessas condições.
O Presidente da República participou neste passeio, acompanhado por membros da Associação Salvador e outros cidadãos com deficiência motora, em cadeiras de rodas.
No final, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou que, nesta como em outras situações em Portugal as decisões sejam muitas vezes adiadas.
“Aqui é uma chamada de atenção. Falámos da eventual hipótese de haver um minuto num programa televisivo a dar um bom exemplo e um mau exemplo. Tenho a certeza que o mau exemplo em oito dias passava a bom exemplo”, disse.
Já Salvador Mendes de Almeida, promotor da iniciativa, lamentou que a lei das acessibilidades que levou 20 anos a sair do papel não seja agora cumprida por todos.
“São pequenas coisas. Qualquer estabelecimento pode ter uma pequena rampa. Faz toda a diferença”, refere.
Por sua vez, a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, lembra que “em 2017 terminava o prazo para adaptação do edificado existente. A lei que existia obrigava a que as novas construções já fossem feitas com acessibilidades, mas dava um período de 10 anos para adaptar o que já existia”.
“Aquilo que me preocupou foi que não existisse qualquer tipo de justificativo para se prolongar esse prazo. Quando no ano passado fizemos uma alteração à lei foi no sentido de dizer: ‘agora acabou o prazo para adaptações, daqui para a frente vai haver fiscalização, vai haver contraordenações quando não houver cumprimento e de clarificar quem passavam a ser as entidades competentes para o fazer”, acrescentou.
A iniciativa teve ainda como objetivo assinalar o lançamento da plataforma + acessos para todos, uma aplicação que permite a qualquer pessoa denunciar casos de incumprimento da lei para que as autoridades possam intervir.