O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) confirma o cenário de corrida aos serviços de saúde do sector social por causa da crise nas urgências do SNS. Como a Renascença avançou esta manhã avançou esta manhã, Manuel Lemos admite que está a haver uma procura "a todos os títulos extraordinária" das urgências das misericórdias.
Em declarações exclusivas à Renascença, o responsável diz que “isso está a acontecer e está a acontecer de uma forma a todos os títulos extraordinária”.
Manuel Lemos recorda que ontem “houve tolerância de ponto em muitos serviços públicos” o que levou “as pessoas que estão com problemas de saúde a porem-se a caminho das urgências do sector social, o que significou um impacto brutal nas urgências do sector social”, porque “as pessoas precisam de resposta para as os seus problemas e não os têm.
“As pessoas puseram-se a caminho das nossas urgências porque sabem que nas urgências do SNS vão para lá esperar 10,12, ou 15 horas”, reforça.
O presidente da União das Misericórdias confirma por outro lado que já foi ultrapassado o número de consultas contratualizadas com o Estado para Serviço de Atendimento Permanente (SAP) e revela que “ontem perante a situação tão difícil”, colocou “o problema ao senhor ministro e ao senhor secretário de Estado e ambos ficaram hoje de tentar encontrar uma solução”.
“E eles percebem que quem presta trabalho tem que ser pago, mas tal como está a estrutura do Estado, o assunto tem que ir às Finanças e nas Finanças, a resposta demora meses”, lamenta. Manuel Lemos afirma que “este tipo de serviço não se compadece com esse tipo de resposta” e pede celeridade ao Governo porque “tem de ser dada uma resposta para se poder decidir se o serviço abre ou se não abre”.
Para o presidente da UMP “impõe-se uma reflexão grande sobre o Serviço Nacional de Saúde” em 2024. “É muito importante que isso aconteça e livre de pressupostos ideológicos porque cada uma daquelas pessoas que foi ontem a um hospital de uma misericórdia ou a um hospital privado não fez um raciocínio ideológico do género, eu só quero ir a um hospital Público. Isso já não existe”, sustenta.
Manuel Lemos assegura que “os tempos mudaram e a história não para” e garante que “o setor social é complementar do setor público e isso é algo que é importante reter nos tempos atuais”.
“Vamos entrar num período de eleições em que é importante ouvir os candidatos a tomarem uma posição. Devem dizer se contam ou não contam com o setor social. E querem ou não manter a complementaridade”, conclui.