O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visitou hoje a cidade de Izium, que serviu de base para as tropas russas em Kharkiv, no leste, e que foi recuperada pela contra-ofensiva ucraniana naquela região.
Vários meios de comunicação social ucranianos, incluindo a agência Ukrinform, noticiaram a viagem do líder ucraniano, que raramente tem saído de Kiev desde o início da invasão russa, no final de fevereiro.
Durante a visita a Izium, Zelensky participou numa cerimónia em que a bandeira ucraniana foi hasteada e saudou os soldados que participaram na operação de libertação.
A cerimónia, que começou com um minuto de silêncio em homenagem aos soldados que morreram durante a recaptura da cidade, contou também com a presença da vice-ministra da Defesa, Hanna Malyar, bem como de vários representantes das Forças Armadas ucranianas.
Na contra-ofensiva ucraniana, mais de 300 localidades já foram recapturadas pelas forças de Kiev na região do nordeste do país, de onde as forças russas já se retiraram quase por completo.
Izium, com cerca de 45 mil habitantes antes do início da guerra e que se situa a cerca de 120 quilómetros a sudeste da capital regional, Kharkiv, era um posto de importância crucial para as tropas russas, que controlavam as cidades que conduziam à região de Lugansk.
Após a retirada das forças russas, o exército ucraniano assumiu o controlo de Izium, a 10 de setembro.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 5.800 civis mortos e cerca de 8.400 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.