Numa altura em que a direção de Luís Montenegro ainda não decidiu a política de alianças para as legislativas de março, o ex-secretário de Estado do PSD Castro Almeida é taxativo: "Precisamos de uma coligação pré-eleitoral" e de "uma grande mudança para o centro político".
O assunto tem ficado de fora das intervenções na tribuna do Congresso extraordinário a decorrer em Almada, mas o antigo autarca de São João da Madeira foi direto ao assunto. À coligação pré-eleitoral - sem dizer com que partidos - Castro Almeida quer somar "cidadãos independentes de grande relevo".
O antigo governante quer o PSD a mostrar-se ao país como "um partido abrangente, agregador e capaz de abrir espaço". A Montenegro deixa ainda um aviso: "Temos que ter desta vez um particular cuidado na escolha dos deputados".
O líder do PSD herdou uma bancada parlamentar escolhida por Rui Rio, é a vez de Montenegro optar por "deputados com qualidade e com grande credibilidade", diz Castro Almeida.
É preciso colar a marca da confiança e da "credibilidade" ao PSD e mostrar que o partido faz "diferente" em relação ao PS. É o aviso de Castro Almeida e de vários dos congressistas que têm subido ao palanque para intervir.
"O PSD tem que ser uma marca de credibilidade na política para contrastar com a imagem de degradação da classe política que estes últimos anos de governação socialista colocaram no país", justifica Castro Almeida.
O antigo autarca de São João da Madeira centrou depois as críticas num filho deste concelho do distrito de Aveiro. Pedro Nuno Santos, "o ministro que teve que deixar o Governo pela porta dos fundos" e "é ele agora que quer voltar ao Governo pela porta da frente".
O candidato à liderança do PS tem sido um dos alvos preferidos das intervenções do Congresso e Castro Almeida diz que "era o que faltava que agora para substituir um Governo de esquerda, fosse eleito um Governo da máxima esquerda socialista ou da esquerda radical".
E como "o povo não vai em promessas", Castro Almeida pede ao partido que se concentre em quatro propostas "que sejam claras". Reforçar as pensões, baixar os impostos, recuperar o Serviço Nacional de Saúde e apostar no crescimento económico, "única forma sustentável e credível de melhorar os salários dos portugueses".