O Presidente eleito da Argentina, Javier Milei, toma posse este domingo com demonstrações de força popular e de vínculos internacionais para contrariar a minoria parlamentar do novo Governo.
Já na segunda-feira deverá enviar ao parlamento um amplo pacote de leis para uma reforma do Estado, da Economia e para uma reforma política.
As medidas terão como foco reduzir o tamanho do Estado para atingir o equilíbrio fiscal, como arma para superar a emergência de uma economia com 143% de inflação nos últimos 12 meses, mas com uma velocidade atual de 300% ao ano.
O novo Presidente argentino vai quebrar a tradição de dirigir o seu discurso de posse à Assembleia Legislativa. Depois de receber o poder, sairá do Congresso e, na escadaria da entrada, fará um discurso com o roteiro do seu Governo de frente para o povo, tendo o parlamento ao fundo, num modelo inspirado no discurso de posse dos presidentes norte-americanos à frente do Capitólio.
Milei foi eleito com 55,7% dos votos, mas tem apenas 37 dos 257 deputados e sete dos 72 senadores. Muitos votos e pouca representatividade, uma consequência de chegar ao poder vindo de fora do sistema político, podem ser uma vantagem para não ceder a interesses corporativos, mas uma desvantagem para a governabilidade.