Quais as principais queixas dos pais nas vésperas do arranque do ano letivo?
10-09-2024 - 09:10
 • Hugo Monteiro

Neste arranque de ano letivo, houve um total de 483 reclamações.

Está aí o ano letivo. Daqui a dois dias, milhares de crianças começam a regressar às aulas.

Mas há reclamações que se repetem, de professores e também de pais.

O Explicador Renascença aponta as principais queixas.

Quais são as reclamações principais?

A resposta está nos dados do Portal da Queixa. E são os pais aqueles que reclamam.

Neste arranque de ano letivo, houve um total de 483 reclamações. Destas, três em cada quatro foram dirigidas diretamente ao Ministério da Educação e prendem-se, principalmente, com a utilização do Portal das Matrículas, que, recordo, apresentou vários constrangimentos - o que levou a vários adiamentos do final do prazo para os encarregados de educação matricularem os alunos.

Problemas que se repetiram, mais tarde, com o portal dos vouchers para os manuais escolares - e que motivaram 59 destas queixas que tiveram como alvo o ministério de Fernando Alexandre.

Que outras queixas foram apresentadas?

Falta de vagas, por exemplo. Especialmente no pré-escolar.

É este o segundo motivo mais reportado. A indignação e o desespero de pais que não conseguiram colocação para os filhos estão espelhadas em quase 16% das reclamações.

Seguem-se as queixas sobre os atrasos no pagamento de subsídios ou bolsas.

O número vai subir com o começo das aulas?

É a previsão dos responsáveis pelo Portal da Queixa, que dizem ser muito provável que o número de reclamações suba significativamente ainda durante este mês.

Na verdade, já há encarregados de educação a queixarem-se da subida de preço do material escolar.

Em média, os pais gastam 200 euros em material escolar por cada estudante.

A falta de professores continua?

Sabemos que o concurso semanal de professores colocou 2.500 docentes nas escolas, mas os distritos com maior carência continuam a não captar interessados.

Matemática a Informática são duas das disciplinas com maiores carências. Pois bem, nenhum professor foi colocado nas regiões mais afetadas pela falta de docentes, neste caso, Grande Lisboa, Alentejo e Algarve.

Foram colocados apenas nas escolas da região Norte.

Porquê?

Por falta de interesse dos docentes em dar aulas nessas regiões, até porque obriga a deslocarem-se para longe de casa, com todos os custos inerentes, principalmente o custo com a habitação.

Nesta altura, de acordo com as listagens da Direção-Geral da Administração Escolar consultadas pela Renascença, já não há professores de carreira nestas duas disciplinas - Informática e Matemática.

No total, mais de 20 mil professores estão em falta. Quando faltam dois dias para o arranque do ano letivo.