D. Américo Aguiar: tem de se dar condições ao "sonho" dos jovens e imigrantes em Portugal
15-05-2023 - 09:37
 • Inês Braga Sampaio

Presidente do Conselho de Administração do Grupo Renascença Multimédia considera fundamental criar condições para que os casais tenham filhos e que os reformados possam envelhecer com dignidade, num "contrato de felicidade" entre todos.

O presidente do Conselho de Administração do Grupo Renascença Multimédia, D. Américo Aguiar, salienta a importância de criar condições para que os casais possam ter filhos e os imigrantes se instalem em Portugal, de forma a contrariar o "inverno demográfico" que o país atravessa.

Em declaração vídeo que abriu a Conferência Inverno Demográfico em Portugal - O Papel da Imigração, em Vila Nova de Gaia, esta segunda-feira, D. Américo Aguiar destacou que "é excelente" que a esperança média de vida aumente, contudo, urge responder a "um conjunto de circunstâncias", para conciliar da melhor forma as gerações mais velhas e mais novas.

Uma das soluções, para o também bispo auxiliar de Lisboa, é abrir os braços à imigração, mas tendo consciência de que "não é possível prometer tudo a todos e sempre".

"Como sociedade e país temos de tomar opções. Temos de nos sentar e refletir sobre o que é necessário fazer para que Portugal aconteça. Há melhor homenagem a Portugal e aos portugueses do que sonhar construir aqui as suas famílias, os seus futuros e as suas vidas? Que bom que é que há quem olhe para este território e seja capaz de sonhar. Quero que olhem para este amado território e sonhem. Portugal é feito e construído por todos", salientou.

Conciliar jovens e idosos

Na intervenção inaugural da conferência, D. Américo Aguiar defendeu que urge "redesenhar as comunidades para corresponder às necessidades das pessoas com mais idade".

"Temos de ter consciência da relação entre os mais velhos e os mais novos, os que estão reformados e no ativo, os que alimentam os descontos da Segurança Social e os que deles usufruam. Temos de evitar que seja um conflito generacional, uma guerra grisalha, porque temos de ter consciência de que quem nos proporcionou estarmos aqui foi a família e a comunidade", alertou.

A relação de contribuição entre os que estão em idade e posição de contribuir e aqueles que usufruem tem de ser "um contrato de felicidade de uma sociedade alegre, empenhada, de convivência fraterna".

"As contas são de multiplicar"

Uma das vias fundamentais, assinalou o presidente do Conselho de Administração do Grupo Renascença Multimédia, é a criação de condições para que os casais possam ter filhos, porque "a alegria do nascimento de um filho é por segundos":

"No passado, as famílias faziam contas de dividir, hoje em dia estamos numa fase em que as contas são de multiplicar. Ao fim do mês não há conversa que pague as contas. Vai lá com sentarmo-nos à mesa e tomarmos decisões que alterem esta dinâmica."

"Se nada fizermos, as gerações futuras vão ter razão para nos condenarem por não termos feito absolutamente nada. Se não fizermos nada, matamos o planeta e morremos todos velhinhos, sem haver ninguém para dar continuidade à nossa linda História", concluiu.

D. Américo Aguiar não pôde estar presente na conferência devido aos compromissos da Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa.