Os militares de Tancos não teriam capacidade de resposta imediata, quando confrontados com uma situação de emergência, como a do assalto aos paióis. Isto porque, tal como nas restantes instalações militares, os soldados envolvidos nas rondas de vigilância, têm as armas sem munições. O retrato é feito pela Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA).
“Os militares - estamos a falar dos militares que fazem as rondas e as vigias que estão inclusivamente nas portas das armas - não têm capacidade de reacção imediata de fogo, no caso de uma situação de emergência”, garante, à Renascença, o presidente da AOFA.
António Mota explica que a medida está em vigor desde a década de 1990 e foi tomada para evitar acidentes.
“Houve efectivamente alguns problemas de camaradas que, de forma involuntária deram tiros neles próprios e deram tiros no camarada que estava ao lado. Uma das formas de precaver que esse tipo de situações não ocorresse com mais frequência foi impedir que, de uma forma automática, o militar possa disparar”, descreve.
A AOFA demarca-se do protesto marcado para esta quarta-feira por militares na reserva para contestar a forma como cinco comandantes de unidades foram exonerados na sequência do furto de armamento em Tancos.
António Mota diz que a associação não comenta a decisão do chefe de Estado-maior do Exército, que, segundo o dirigente associativo, tem legitimidade para tomar a decisão que achar mais conveniente.