O exército sírio recuperou sábado o controlo total de Palmira, cidade que esteve tomada pelos extremistas do Estado Islâmico (EI) durante mais de um ano, disse à AFP uma fonte militar.
“Após combates nocturnos violentos, o exército controla totalmente a cidade de Palmira, incluindo a parte antiga e a parte residencial. Eles [os 'jihadistas'] retiraram-se", disse a mesma fonte militar, citada pela agência de notícias France Press.
As tropas sírias, apoiadas pela aviação russa, entraram na quinta-feira na antiga cidade de Palmira, classificada como Património Mundial pela agência da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
A tomada de Palmira é o culminar de uma ofensiva que o exército lançou no início do mês, com o apoio de raides aéreos russos.
A queda de Palmira provocou ondas de choque em todo o mundo, quando o Estado Islâmico lançou uma campanha de destruição dos monumentos classificados pela Unesco, fazendo explodir templos e pilhando relíquias que datam de há 2.000 anos.
A recaptura será vista como uma vitória estratégica, mas também simbólica, do presidente sírio, Bashar al-Assad, já que quem controla a cidade também controla o vasto deserto que se estende do centro da Síria até à fronteira com o Iraque, afirmam os analistas.
Logo na quinta-feira, a directora-geral da Unesco, Irina Bokova, felicitou a "libertação" da cidade, dizendo que a agência "está preparada para ir rapidamente para o local para, juntamente com as autoridades sírias, assim que as condições de segurança o permitiram, realizar uma missão de avaliação dos danos e protecção do património inestimável da cidade".
Segundo Irina Bokova, o saque a Palmira é o "símbolo da limpeza cultural que arrasa o Médio Oriente".
No sábado, o director de Antiguidades e Museus da Síria, Maamun Abdelkarim, anunciou que as ruínas de Palmira sofreram danos recuperáveis, dado que não houve combates no interior.
Situada num oásis, Palmira foi no passado um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo e um ponto de encontro das caravanas que percorriam a Rota da Seda, que atravessa o deserto do centro da Síria.
Antes do início do conflito na Síria, em Março de 2011, as ruínas eram uma das principais atracções turísticas deste país árabe e também da região.