A gratuitidade das creches, implementada em setembro, já abrange 37 mil crianças do setor social, revelou esta terça-feira, no Parlamento, a ministra do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
Em janeiro, será alargado também ao setor privado, quando for necessário, referiu a ministra.
“No próximo ano, previsivelmente, teremos 70 mil crianças abrangidas, em 2024 serão 100 mil crianças”, disse Ana Mendes Godinho, na audição conjunta das Comissões de Orçamento e Finanças e Trabalho.
A ministra revelou ainda que os trabalhadores estrangeiros com declarações à Segurança Social aumentaram de 110 mil em 2015 para 530 mil, ou seja, 12% do total.
A taxa de emprego está a subir acima da média europeia e a de desemprego de 6% está ao mesmo nível da média europeia e é mais baixa do que na Zona Euro, indicou Ana Mendes Godinho. A taxa de desemprego jovem (16,7%) é a mais baixa dos últimos 20 anos.
“Maior investimento social de sempre”
A despesa da Segurança Social em 2023 vai crescer para os 32 mil milhões de euros, são mais 1,3 mil milhões em relação a este ano, indicou a ministra, no Parlamento.
“Este orçamento da Segurança Social em 2023 representa em termos de despesa o orçamento com o maior investimento social de sempre, ultrapassando os 32 mil milhões de euros em termos de despesa em investimento social. Se compararmos com o ano de 2022, este orçamento também representa um aumento significativo de mais 1,3 mil milhões de euros face a 2022”, declarou.
Governo volta a negar corte nas pensões
A ministra do Trabalho e Segurança Social, ainda, a ideia de que os pensionistas vão ter cortes nas pensões, depois de aplicada a medida de avançar meia pensão agora em outubro e em 2023.
O PSD considera que é uma “maçã envenenada”, porque os mil milhões que o Governo dá agora significa um corte de 18 mil milhões de euros a partir de 2024.
Ana Mendes Godinho diz apenas que o PSD está a fazer confusão com as contas e garante que o objetivo é que não existam cortes. E deixou a promessa de fazer ajustamentos em 2023, caso a evolução da inflação implique perda de poder de compra dos pensionistas.
“A forma como foram criadas as medidas foi para garantir que não havia qualquer corte, pelo contrário, havia a capacidade de repor o poder de compra dos pensionistas face ao momento que vivemos. Caso seja necessário, será ajustado o valor da atualização em 2023”, declarou.