O futuro secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, classifica o conflito na Síria como um cancro à escala global.
Em entrevista à SIC, António Guterres sublinha que os países com influência na situação síria têm mais a perder com o reforço das hostilidades.
“Acho que há uma consciência crescente de que isto se transformou num cancro à escala global. Não é só o sofrimento do povo sírio – esse é absolutamente horrendo -, é o impacto extremamente negativo para a estabilidade regional que o conflito tem no desencadear de reacções de agressividade e reacções violentas. Tudo isto se transformou numa ameaça global que neste momento deveria fazer os principais actores com influência no conflito compreender que o que têm a ganhar ou perder no próprio conflito é hoje menos do que têm a perder de certeza em relação a esta evolução que descrevi”, disse.
Guterres falou também sobre a nova administração norte-americana. O ex-primeiro-ministro português espera trabalhar de forma positiva com Donald Trump.
“Já tive uma excelente relação de trabalho com o Presidente Putin e espero que o mesmo possa vir a acontecer com Donald Trump. Seguramente terei o maior interesse em visitar Trump logo que isso seja possível. Há uma questão decisiva: estabelecer um diálogo construtivo com a nova administração americana e trabalhar com ela de uma forma positiva. Tudo farei para que assim aconteça”, referiu.
Guterres entra em funções como secretário-geral da ONU a 1 de Janeiro de 2017.