A utilização do Montijo como aeroporto complementar de Lisboa é a solução de "maior viabilidade", sendo agora necessário "maximizar oportunidades" e os "ganhos" para o desenvolvimento regional, defende o primeiro-ministro.
"Acho que o país já estudou o que tinha a estudar. Importa decidir o que se tem de decidir", declarou António Costa na sessão de assinatura do memorando de entendimento entre a ANA - Aeroportos de Portugal e o Governo sobre a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa.
Costa admitiu que no passado "outras soluções teriam sido possíveis e daqui a 100 anos outras poderão ser possíveis", mas no presente a solução do Montijo é a mais "compatível com as soluções económicas e financeiras do país" e consiste na solução "que apresenta maior viabilidade".
O primeiro-ministro, e antigo autarca de Lisboa, lembrou que "por força das circunstâncias" já passou "boas centenas de horas, para não dizer milhares de horas" a debruçar-se sobre este tema, inclusive lendo estudos "que já demonstraram tudo e o seu contrário".
De todo o modo, asseverou, a solução apresentada permitirá a "maximização de oportunidades para o desenvolvimento harmonioso do conjunto da área metropolitana e do conjunto dos concelhos da península de Setúbal".
Antes, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, havia considerado que a utilização do Montijo como aeroporto complementar à infraestrutura de Lisboa, a partir de 2021, "é uma solução sólida" e "financeiramente comportável para o Estado".
O calendário para efectivar a escolha do Montijo como aeroporto complementar de Lisboa prevê que até Novembro deste ano sejam completados os estudos ambientais, enquanto na primeira metade de 2018 serão concluídas a avaliação ambiental e a negociação contratual com a ANA.
Durante o próximo ano serão desenvolvidos os "projectos de detalhe, para que, caso o Governo aprove a proposta final do concessionário, a construção do aeroporto no Montijo possa iniciar-se em 2019 e terminar em 2021", como anunciou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.
Com um aeroporto complementar no Montijo fica assegurada a duplicação da capacidade actual de transporte aéreo da região de Lisboa, que passará a poder movimentar 72 aviões por hora e transportar 50 milhões de passageiros por ano.