A Associação Portuguesa de Demografia (APD) defende na Renascença a existência de um Ministério ou Secretaria de Estado para a Família e para a População.
O presidente da APD, Paulo Machado diz que, no atual contexto de crise demográfica e de natalidade, "seria um sinal político importante".
“Quer-me parecer que, até simbolicamente, a existência, como já tivemos, de um Ministério ou de uma Secretaria de Estado para a Família ou para a População seria um sinal político importante.”
A Associação Portuguesa de Demografia entende que as medidas que têm sido anunciadas de apoio à natalidade têm-se revelado insuficientes.
Paulo Machado afirma que os incentivos à natalidade anunciados pelo primeiro-ministro no último fim de semana, no final do congresso do PS, "é um caminho interessante", mas ainda assim insuficiente.
“É um caminho possível, não é novo na medida em que outros países têm seguido essa mesma linha. Em Portugal têm existido programas diferentes do ponto de vista do Governo central e das autarquias, mas no final do dia, quando se fazem as contas, o resultado é absolutamente frustrante e preocupante em relação ao nosso presente e futuro demográfico”, sublinha.
A Associação Portuguesa de Demografia não ficou surpreendida com os resultados do estudo de uma universidade italiana divulgado esta semana e que refere que a pandemia reduziu a natalidade, em especial em Portugal, Espanha e Itália.
“Em situações de crise, com fortíssima incerteza em relação ao presente e ao futuro, é habitual haver esta contração. Neste caso concreto, não nos surpreende porque esta crise, na sua fase inicial e com a sua configuração inicial absolutamente desconhecida, levou as pessoas a temer o pior. No fundo, é uma resposta defensiva a uma incerteza”, afirma Paulo Machado, presidente da Associação Portuguesa de Democografia.