Quando apareceu, em 2007, não havia gestão de mercado digital, explica a responsável da empresa, Ana Bicho, ao repórter Pedro Mesquita. Nasceu às portas da crise e um dos fundadores, Pedro Roque, explica que os mercados internacionais e europeus foram fundamentais.
“Não temos cultura do empreendedolrismo”, queixa-se Ana Bicho, que acha que as universidades (ou até as secundárias) deviam ter este tema de ensino como algo obrigatório.
Numa altura em que muito se aposta nas startups como forma de desenvolvimento económico, são cada vez mais os apoios financeiros (nomeadamente europeus) e o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos diz que estas empresas á têm um grande peso. “Metade do novo emprego criado em Portugal tem origem nestas empresas”, explica o governante. “São empresas que valorizam a criatividade, a tecnologia e os seus recursos humanos”, lembra.
Segundo João Vasconcelos, as empresas estão a fazer um grande esforço para diversificar os seus mercados, nomeadamente na Europa. E, para impulsionar estas empresas, “no âmbito do Portugal 2020, estamos a falar de cerca de 500 milhões de euros em 4 anos para investimentos iniciais”.
O outro lado do espelho
Mas se há uma “necessidade” de haver empreendedorismo, também há quem tenha outra opinião. Raquel Varela, investigadora de História Contemporânea da universidade Nova de Lisboa, acha que há uma ideia do “self-made man” que é errada. Para esta professora, a solução pode não estar neste tipo de empresas, até porque encontra uma relação entre este novo tipo de negócios e a taxa de desemprego. “Há uma ideologia (errada) de que o desemprego se combate graças a uma ideia genial que alguém tenha” e não é assim, afirma.
“É importante que as pessoas tenham a iniciativa, mas ela não é exclusiva de alguém que cria a empresa”. As pessoas podem ter um trabalho garantido e trabalkhar bem, mas o que se verifica é que quando as pessoas sentem o emprego em perigo, acabam por não inovar, por ter medo de arriscar com novas ideias.
Por outro lado, Raquel Varela chama a atenção para o facto de “95% das startups entrarem em falência ao fim de 5 anos”. Portanto, a maioria das startups “são projectos que falham num período de 5 anos e não sabemos quantas deixaram dívidas, nomeadamente familiares endividados ou penhorados”.