Sérgio Conceição: "Se olharmos para trás, corremos o risco de tropeçar"
06-04-2023 - 12:49
 • Inês Braga Sampaio

Treinador do FC Porto só olha para a frente: pensar no Braga e no Sporting, durante o clássico com o Benfica, é o caminho mais rápido para perder o segundo lugar do campeonato.

Sérgio Conceição não quer pensar no Braga e no Sporting frente ao Benfica. O treinador do FC Porto só pensa na vitória e avisa que pensar em qualquer outro cenário é o caminho mais curto para a derrota.

Em conferência de imprensa de antevisão do clássico da jornada 27 da I Liga, esta quinta-feira, Sérgio admite que a diferença de dois pontos para o Braga deixa o segundo lugar em risco, no entanto, sublinha que quem quer andar em frente não pode estar sempre a olhar sobre o ombro.

"Se caminhamos e olhamos constantemente para trás, corremos o risco de bater em alguém ou tropeçar. É importante percebermos a força e a qualidade do Braga e do Sporting. O Sporting está a fazer uma grande segunda volta, o Braga tem sido muito regular. Mas nós temos de olhar para a frente. Percebendo quem vem atrás de nós, mas olhando para a frente, senão corremos o risco de tropeçar", frisa o técnico portista.

Na verdade, Sérgio Conceição nem sente necessidade de olhar para trás, porque, na sua cabeça, só existe um desfecho possível para o clássico:

"É verdade que estamos a uma distância a que não estamos habituados, mas não temos sequer o cenário de não ganhar o jogo. Não entra sequer na nossa cabeça. Depois, temos de o jogar e ganhar, claro, mas a todos os níveis, até emocional, há só uma palavra: vitória. E não é a águia."

Ou seja, andar sempre em frente e fazer tudo para ganhar. Se a vitória é bonita ou feia já é assunto que pouco diz a Sérgio Conceição.

"Tocar o bombo ou tocar o violino depende dos olhos de quem vê. Nalgumas terras gostam de bombo, noutras gosta-se de violino", sublinha o técnico portista, para quem "a beleza do jogo é ganhar".

Por isso mesmo, embora fique sensibilizado com o reconhecimento dos adeptos, Sérgio não espera receber flores todos os dias, muito menos quando perde. Aliás, nem nos dias em que vence quer recebê-las.

"Neste clube, estamos permanentemente pressionados a dar o nosso melhor. Para nós, perder é um problema. Vive-se pouco as vitórias e vive-se de forma muito intensa todas as derrotas. Se eu não ganhar amanhã [sexta-feira], as opiniões dos adeptos mudam um bocadinho. E é justo que assim seja, porque vivemos dos resultados", evidencia.

Atenção aos pés e tampões nos ouvidos


Sérgio Conceição sabe que os jogos com adversários diretos "são de seis pontos", no entanto, assinala que, se ganhar na Luz e depois perder o jogo seguinte, o FC Porto continuará a dez pontos do Benfica.

"Os nossos jogos são todos decisivos. O que queremos é ganhar o jogo e somar três pontos importantes", frisa, antes de acrescentar: "Os jogos teoricamente mais acessíveis foi onde tropeçámos. Normalmente, diz-se que o campeonato se decide entre os grandes, mas eu discordo."

A nível emocional, o treinador do FC Porto não esconde que o ambiente em torno de um clássico "é um bocadinho diferente" e que os jogadores também o sentem. "É absolutamente normal", diz Sérgio Conceição, que quer é que os jogadores esqueçam tudo quando o árbitro apita.

"Brinco muitas vezes que gostaria que muitos jogadores jogassem de tampões nos ouvidos, para se focarem somente nas suas tarefas", brinca. Já para o técnico, "o estado de espírito é exatamente igual".

FC Porto e Benfica defrontam-se na sexta-feira, às 18h00, no Estádio da Luz, com arbitragem de Artur Soares Dias. Jogo com relato online da Renascença, em direto, e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.