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O distanciamento social e o uso da máscara são alguns dos comportamentos essenciais no combate à pandemia e que têm sido esquecidos, tendo em conta o aumento do número de casos. Com o país no vermelho, uma das questões que se coloca é se a mensagem está a passar.
Para perceber como devem ser transmitidas as mensagens à população, o Governo criou há três meses a “task force” para as ciências comportamentais e prepara uma campanha direcionada aos jovens.
Em entrevista à Renascença, a coordenadora deste grupo que estuda o comportamento dos portugueses em relação à pandemia, reconhece que comunicar com a população tem sido um dos maiores desafios, mas assegura que tem havido um esforço para aproximar a linguagem dos mais novos.
“Chegamos às escolas e iniciamos um concurso que se chama ´Mantém-te ao Leme´, exatamente para tentar que os jovens do 2º e do 3º ciclos e do ensino secundário nos ajudassem com as mensagens que eles acham que mais os atingem, que mais os ajudam a tomar decisões promotoras da saúde”, explica Margarida Gaspar de Matos.
De acordo esta responsável, os materiais vão estar prontos “no final do mês e a campanha dirigida aos jovens, que vai depois ser lançada em agosto/setembro, vai ser feita com base em materiais que eles próprios criaram nas escolas junto com os seus professores”.
A psicóloga reconhece que há um grau de saturação muito grande, sobretudo entre os mais novos, avançando com uma explicação para a resistência que se tem sentido relativamente aos testes. “É evidente que a testagem não é um processo interessante, não é um processo agradável e, portanto, a sua implementação tem que ter um incentivo extra.”
Além disso, “ao passo que a vacinação é um processo muito mais permanente, a testagem é uma boa medida de saúde pública mas para os jovens é mais complicado de perceber, pois o efeito de um teste é perene, é curto”, detalha a coordenadora da “task force” para as ciências comportamentais.
Já quanto à vacinação, Margarida Gaspar de Matos considera que não haverá problemas entre os jovens.
“Penso que não vai haver muita resistência dos jovens à vacinação”, afirma, adiantando que um estudo com jovens a meio do confinamento para aferir da sua posição em relação às vacinas, mostra que “eles têm uma aceitação boa do processo de vacinação, acham as vacinas, em geral, seguras e estão dispostos, em geral, a ser vacinados”.
Haverá, no entanto, sempre nichos de população que não se enquadram nesta disposição.
“É para chegar a esses nichos que nós estamos a tentar captar a atenção dos próprios jovens, para nos ajudarem a ter mensagens que mais cheguem e que mais os convençam”, conclui a coordenadora desta “task force”.