“Não há alternativa ao confinamento geral”, avisou o Presidente da República no debate deste sábado com a candidata presidencial Ana Gomes, que propôs “uma proteção mais especifica para os grupos de risco em vez de um confinamento geral”.
Marcelo Rebelo de Sousa assumiu que “o pacto de confiança com os portugueses não funcionou”. O “pacto de confiança” com os portugueses foi como Presidente chamou à responsabilização dos cidadãos no aligeiramento de restrições no período do Natal.
Marcelo disse que todos os partidos concordaram com esse desconfinamento e alguns até defenderam ainda menos restrições. Mas, agora, assume que os números mostram que o pacto não funcionou.
Ana Gomes, por seu lado, preferia uma alternativa ao confinamento geral que passasse por medidas especificas para os grupos de maior risco, nomeadamente os cidadãos com mais de 80 anos, quer estejam em lares ou em casa.
O debate começou com Ana Gomes a lamentar que o Presidente tenha marcado as eleições tão tarde. Marcelo respondeu que esteve à espera de uma lei do Parlamento que permitisse a votação das pessoas em confinamento.
O Presidente reafirmou que defende que os idosos que vivem em lares possam votar nesses mesmos lares, sendo-lhe aplicada a mesma lei que permite votar em casa a quem está em isolamento profilático. Isso pode ser feito “por uma interpretação feita pelas autoridades sanitárias incluindo a situação dos lares no isolamento profilático”, começou por indicar o Presidente, que deu ainda outras duas soluções.
“Segunda solução, através de um decreto-lei que é votado e promulgado instantaneamente. Terceira solução, no decreto que vou assinar na próxima quarta-feira incluir expressamente a possibilidade de se equiparar a isolamento profilático a situação dos utentes dos lares”, continuou o Presidente.