O Governo cubano anunciou esta sexta-feira que vai libertar mais de 3.500 presos em antecipação da visita do Papa Francisco à ilha, que começa no próximo dia 19.
Francisco estará na ilha até ao dia 22 e depois segue para os Estados Unidos, onde se encontrará até ao dia 27 de Setembro.
Esta visita é carregada de grande simbolismo, uma vez que o Vaticano, e o Papa em particular, desempenharam um papel importante no restabelecimento de relações entre Washington e Havana.
A libertação de 3.522 reclusos por parte do Governo está a ser anunciado como um gesto humanitário. O regime anuncia que serão alvo de amnistia os detidos com mais de 60 anos ou menos de 20 e sem antecedentes criminais, bem como os que sofrem de doenças crónicas, mulheres e alguns que tinham a sua libertação prevista para 2016. Serão ainda libertados reclusos estrangeiros cuja repatriação possa ser garantida.
Salvo algumas excepções humanitárias, não serão considerados para amnistia presos condenados por homicídio, violação, abuso de menores, tráfico de drogas ou crimes contra a segurança do Estado. As indicações do Governo não referem especificamente presos de consciência ou políticos, mas pelo menos 60 destes últimos, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, foram condenados por crimes contra a segurança do Estado, incluindo resistentes armados, ex-soldados e pessoas que tentaram tomar de assalto barcos ou aviões com o objectivo de abandonar o país.
Esta não é a primeira vez que Cuba realiza um gesto deste tipo. Em 2012, antes da visita do Papa Bento XVI, Havana levou a cabo também uma amnistia de 3.000 reclusos. Esta será, portanto, a maior amnistia de presos da história do regime cubano.