O coordenador das comissões de trabalhadores do parque da Autoeuropa, Daniel Bernardino, diz estar "preocupado" com os resultados de um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que aponta para um "risco de declínio" da indústria automóvel em Portugal e pede uma ação rápida por parte do Governo.
O setor, com um peso importante no PIB e nas exportações nacionais, está assente em "supressão salarial" e está dependente de material importado e de motores de combustão, indica o documento.
À Renascença, Daniel Bernardino indica que a indústria automóvel está numa era "de grande transformação" e que é "preocupante" não haver "nada dito" sobre a produção carros elétricos na Autoeuropa.
"A União Europeia disse que, até 2035, acabam os carros de combustão. As energias alternativas não estarem em vista oficialmente na Autoeuropa é preocupante", sublinha.
O coordenador das comissões de trabalhadores do parque da Autoeuropa pede ao Governo para atrair interesse para o mercado português, "à semelhança do que tem feito o governo espanhol e muito bem".
E avisa que nas empresas fornecedoras de componentes há um problema de precariedade.
"Estamos num momento em que temos dificuldades a ter trabalhadores, porque eles recusam o desgaste de produção elevado, tendo em conta que só iam receber o salário mínimo. Acabam por procurar alternativas. Não gostava de dizer isto, mas é a pura realidade que se passa com alguns fornecedores da Autoeuropa", indica.