Os pedidos de patentes registados por instituições portuguesas no Instituto Europeu de Patentes (EPO, na sigla em inglês) aumentaram 46,7% em 2018, para um total de 220. Ainda assim, e apesar do forte crescimento Portugal vale apenas 0,1% dos 174.317 pedidos de patentes europeias.
O aumento acentuado acontece após um ano de declínio no número de pedidos (menos 4,5% em 2017, num total de 150). Portugal foi mesmo o terceiro país desta organização com maior crescimento na apresentação de patentes, só superado pela Lituânia e San Marino.
O crescimento deve-se sobretudo ao aumento dos pedidos de patentes nas áreas de tecnologia dos transportes (oito vezes mais), química e produtos farmacêuticos (duas vezes mais). A região norte lidera este ranking, em termos regionais.
O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência do Porto (INESC Porto) sobressai como a instituição portuguesa com mais pedidos de patentes apresentados em 2018 (nove pedidos).
Em entrevista à Renascença, Catarina Maia, responsável pelo Serviço de Apoio ao Licenciamento do INESC, revela que aquele instituto “sempre teve uma grande preocupação em trabalhar em resultados que fossem apropriáveis pela indústria, e que esta pudesse depois alinhá-los com o modelo de negócio”.
E defende que patentear é a forma de ter a certeza “de que ninguém nos vai copiar, e que vamos explorar a patente no mercado durante o tempo de vida dela, que é 20 anos”.
Na lista de organismos que mais contribuem
para o pedido de patentes, seguem-se a Novadelta-Comércio
e Indústria de Cafés (sete pedidos), e a Oli Sistemas Sanitários, a
Universidade de Évora e a Universidade do Porto, todas com seis pedidos
apresentados em 2018.
Os 174.317 pedidos de patentes europeias, significa um aumento de 4,6% relativamente a 2017 e um novo recorde no número de pedidos apresentados anualmente no Instituto Europeu de Patentes.
Este organismo é composto por 38 estados-membros. Os Estados Unidos da América permanecem o país de onde é originário o maior número de pedidos de patentes, com cerca de 25% do total dos pedidos apresentados em 2018, seguindo-se a Alemanha, o Japão, a França e a China.
Se olharmos pelo lado das empresas, a entidade que mais registos apresentou no EPO foi a Siemens, com 2.493 pedidos de patentes, seguindo-se a chinesa Huawei. De assinalar que, em 2017, foi a Siemens a entidade que ocupou o segundo lugar deste ranking, então liderado pela Huawei.