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Pode estar para durar o protesto dos agricultores portugueses iniciado esta quinta-feira.
“É um protesto que não tem data de fim”, admite à Renascença António Saldanha, um dos porta-vozes do Movimento Civil para a Agricultura.
Num balanço das primeiras horas de mobilização nacional em várias estradas e junto às principais fronteiras com Espanha, este agricultor diz sentir “muito orgulho na união demonstrada nesta hora difícil de todos os agricultores portugueses”.
“Este é um momento catastrófico para a agricultura e, neste momento, todos os objetivos que nós queríamos estão cumpridos, até ao momento”, acrescenta.
Questionado sobre o que poderá reverter um possível prolongamento da contestação, António Saldanha reclama “o pagamento dos valores que são devidos pelo Estado português e a garantia de uma estabilidade futura no setor”.
Em resposta ao anúncio de mais de 400 milhões de euros em apoios para a agricultura, feito pela ministra Maria do Céu Antunes, o porta-voz do Movimento Civil para a Agricultura responde que os produtores “não pagam as contas com promessas”.
"Queremos dizer que existimos"
Já em Barca d'Alva também os agricultores esperam que o protesto se prolongue pelo resto do dia. À Renascença, um dos manifestantes, José Duarte, refere que os agricultores querem dizer ao país "que existimos".
"Vamos continuar e exigir que o nosso Governo e o Estado nos dê o mínimo de condições para continuarmos a trabalhar nesta profissão", diz.
O agricultor garante que não faltam forças para manter o protesto e a fronteira continuará bloqueada "até sermos ouvidos por toda a gente, compreendidos por toda a gente" e as reivindicações "acatadas pelo nosso Governo".
Em Barca d'Alva, a fronteira está encerrada desde o início da manhã. Muitos camionistas espanhóis já tiveram de inverter marcha, por não haver autorização para entrarem em Portugal.