A ilha de São Jorge, nos Açores, tem "um reforço de 100 operacionais", que pode ser aumentado "a nível regional ou nacional" para responder a um eventual evento sismovulcânico "de maior magnitude", indicou a Proteção Civil esta quinta-feira.
A informação foi adiantada pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), em declarações aos jornalistas na ilha de São Jorge, onde, desde 19 de março, quando se iniciou a crise sismovulvânica, foram registados cerca de 24 mil sismos, dos quais 221 sentidos pela população.
Num avião da Força Aérea, chegou à ilha "uma equipa de fuzileiros com a capacidade de utilização de quatro "drones" que vão associar-se aos que existem na ilha" e que pertencem à Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas", indicou.
Junto dos corpos de bombeiros locais, "estão a ser realizadas ações de instrução e treino no âmbito de intervenção em estruturas colapsadas", acrescentou.
Quanto aos operacionais presentes no terreno para resposta em caso de catástrofe, são de "diversas entidades, civis e militares".
Na sequência do "briefing" realizado diariamente, o presidente do SRPCBA salientou também que se iniciou uma "coordenação importante", entre os militares e as equipas que estarão nos postos de triagem e locais de receção dos desalojados.
Segundo os mais recentes dados disponibilizados pelo CIVISA, ao longo de quarta-feira foram contabilizados 1.629 eventos.
Entre as 00h00 e as 10h00 desta quinta-feira foram contabilizados aproximadamente 295 eventos.
Assim, a atividade sísmica está "estacionária relativamente aos últimos dias".
"Todos os sismos registados até ao momento são de baixa magnitude", refere a Proteção Civil em comunicado.
A ilha de São Jorge está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa "estado de repouso" e V6 "erupção em curso".
Sismos têm decorrido mais próximos da superfície
O presidente da Proteção Civil açoriana disse que os epicentros dos sismos na nova zona da crise sismovulcânica de São Jorge, nos Rosais, foram registados mais próximos da superfície, entre os cinco a sete quilómetros de profundidade.
Em declarações à agência Lusa, o brigadeiro-general Eduardo Faria disse que o registo de sismos na zona dos Rosais, na parte mais ocidental da ilha, é uma "situação nova".
Desde o início da crise sísmica em São Jorge, no dia 19, que os sismos se têm vindo a registar na parte central da ilha, numa área que vai desde o centro de Velas até à Fajã do Ouvidor.
Já no briefing diário sobre a situação, o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores tinha revelado a existência de "uma alteração relativamente à localização dos epicentros" dos sismos.
"Essas coisas não se podem prever onde vai ser, mas estar-se-ia mais à espera que continuasse na mesma linha que se tinha verificado nos últimos dias", disse hoje à Lusa.
Segundo disse, os sismos na zona dos Rosais têm ocorrido mais próximos da superfície, uma vez que o epicentro tem sido registado entre os "cinco a sete quilómetros de profundidade".
Já os eventos ocorridos na zona central da ilha continuam a ter um epicentro com profundidade de "7,5 a 12 quilómetros".
[Artigo atualizado]