O ministro da Educação, João Costa, quer rever o “modelo de recrutamento” para fixar os professores, terminando assim com a instabilidade deste grupo profissional.
“A atratividade da carreira docente não se consegue sem que se revejam os instrumentos de recrutamento e colocação de professores, eliminando a instabilidade da mobilidade constante destes profissionais”, disse o novo ministro na Assembleia da República, onde está a decorrer a apreciação, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2022.
Na sua intervenção, João Costa, informou que vai ser iniciado, com os sindicatos, “o processo da concertação para uma definição de um modelo de recrutamento que fixe os professores a quadros de escola e de agrupamento mais cedo e de forma permanente”.
O objetivo, acrescenta o governante, “é eliminar o eterno ‘casa às costas’, permitindo que haja previsibilidade e capacidade de ajustamento de vida pessoal ao lugar onde se fixa”.
No Parlamento revelou também que há menos 6.600 alunos sem professores, através da nova medida que prevê a possibilidade de regresso de alguns docentes e que tinha sido anunciada no final de abril, prevendo que cerca de cinco mil docentes, que tinham recusado horários, pudessem voltar a concorrer.
Noutro plano, o ministro da Educação garantiu que, em breve, vão ser divulgados os relatórios em falta da Parque Escolar, a empresa responsável por obras em escolas.
Questionado pela bancada do PSD sobre a falta de aprovação das contas da empresa durante seis anos, João Costa reconhece que há documentos que já deviam ter sido publicados e justifica esses atrasos.
“Relativamente aos relatórios, há de facto um atraso, não negamos, prende-se com várias questões, em particular por não haver Conselho Fiscal, só agora está constituído; por um revisor oficial de contas também ter mudado”, afirmou.
De acordo com este governante, “tudo isso condicionou o atraso na aprovação destes relatórios”, situação que “está neste momento a ser resolvida”, esperando “brevemente”, poder ter “acesso a toda a documentação relativa à empresa”.
O ministro da Educação divulgou também que, neste momento, já há mais de quatro mil alunos ucranianos nas escolas portuguesas.