Portugal acalenta esperança de se apurar já para o Mundial feminino. A UEFA anunciou, esta quinta-feira, a abertura de investigação a um cântico pró-IRA das jogadoras da seleção da República da Irlanda, depois de terem garantido a qualificação imediata para a fase final.
Em causa, segundo comunicado, está "comportamento potencialmente impróprio" das jogadoras irlandesas, que partilharam nas redes sociais um vídeo gravado no balneário em que se ouve a canção "Up the ra", de apoio ao grupo paramilitar IRA (Exército Republicano Irlandês).
O desfecho do caso interessa a Portugal. Se, em última instância, houver castigo desportivo, a seleção nacional poderá ser a grande beneficiada e apurar-se para o Mundial sem disputar o "play-off" intercontinental.
Portugal pode ser o grande beneficiado
A República da Irlanda garantiu o apuramento direto para o Mundial como um dos dois melhores vencedores do "play-off", com uma vitória sobre a Escócia, por 1-0. Portugal, o terceiro melhor vencedor, vai disputar o "play-off" intercontinental em fevereiro, na Nova Zelândia.
A seleção nacional ter-se-ia apurado diretamente para o Campeonato do Mundo se a Escócia tivesse derrotado a Irlanda com menor diferença de golos do que a vitória de Portugal sobre a Islândia, por 4-1.
Com uma eventual exclusão da República da Irlanda, Portugal passaria a ser o segundo melhor vencedor do "play-off" da UEFA.
Aconteceria o mesmo que no Euro 2022, para o qual a seleção nacional não se qualificou pela via desportiva. A exclusão da Rússia, devido à invasão da Ucrânia, abriu à seleção nacional uma vaga em Inglaterra.
A Renascença contactou a UEFA acerca das possíveis consequências de um castigo à seleção da República da Irlanda, no entanto, o organismo remeteu para o comunicado sobre a abertura de inquérito.
Investigação policial e pedidos de desculpas
A polícia escocesa (onde decorreu o jogo) também abriu investigação ao vídeo, já depois de a Federação de Futebol da Irlanda ter pedido "desculpa se alguém ficou ofendido com as celebrações" das suas jogadoras.
Uma das jogadoras, Chloe Mustaki, classificou, em declarações à Sky Sports, a escolha da canção como um "enorme erro de julgamento".
Familiares das vítimas da IRA consideraram o vídeo "um escândalo".