O cabeça de lista do PSD/CDS-PP às regionais da Madeira recusou esta segunda-feira ter discriminado concelhos por serem de outra cor política, mas salientou que no domingo o que está em causa é a eleição do executivo do arquipélago.
"O que está em causa não é eleger o senhor presidente da câmara, não é eleger presidentes de junta, é eleger um governo para o presente e o futuro do Região Autónoma da Madeira", afirmou Miguel Albuquerque num comício em Machico, concelho liderado pelo PS.
Recusando alguma vez ter discriminado o município de Machico "em circunstância alguma", o cabeça de lista da coligação Somos Madeira assegurou que sempre que se deslocou a este concelho foi "bem tratado".
"Não tenho qualquer complexo, não tenho qualquer preconceito, fiz os investimentos todos que tinha a fazer aqui e sempre fiz com grande honra", garantiu Miguel Albuquerque, que lidera o executivo madeirense desde 2015, prometendo que, caso seja eleito nas legislativas da Madeira de domingo, continuará a investir em Machico.
"Não há nenhum problema quanto a isso", acrescentou, enumerando três "obras fundamentais que quer fazer em Machico: a reabilitação das infraestruturas desportivas do concelho, nomeadamente da pista de atletismo, a requalificação da escola dos Maroços e apoiar os pescadores "em infraestruturas e em tudo o que precisam".
Além disso, continuou, o Governo Regional continuará a construir habitação para os mais jovens e o executivo já chegou a acordo com o presidente da câmara, o socialista Ricardo Franco, para concluir o forte de São João Baptista e já está outorgado o contrato-programa para a reconstrução do cemitério do Porto da Cruz, obra que será paga pelo executivo.
"Nunca me passou pela cabeça, nem se quer imagino deixar Machico, eu sou presidente, se for eleito, de todos os madeirenses", disse, assegurando que também estará "ao serviço do povo de Machico".
Antes da intervenção de Miguel Albuquerque, o líder do CDS-PP e número dois na lista da coligação Somos Madeira fez referência à questão do aumento do preço dos combustíveis, salientando que na região o executivo madeirense usa "a fiscalidade para ter combustíveis mais baratos, para ter o gasóleo mais barato".
"Sabem quanto custa o litro de gasóleo? Na Madeira custa 1,50 euros, em Lisboa, no continente, custa 1,75. Na Madeira custa menos 25 cêntimos ao litro e se enchermos um depósito de 50 litros poupamos 12 euros e meio na Madeira e o combustível ainda vem do continente para cá. É para isto que serve a fiscalidade ao serviço das populações", disse.
Nas anteriores eleições regionais, em 2019, o PSD falhou pela primeira vez a maioria absoluta num sufrágio na região desde 1976, optando por celebrar um compromisso de coligação com o CDS-PP para garantir a sua continuidade na governação.
Às legislativas da Madeira de domingo concorrem 13 candidaturas, que disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, os sociais-democratas elegeram 21 deputados e o CDS-PP três deputados parlamentares. O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.