Numa altura em que a saúde do país está na ordem do dia, o governador do Banco de Portugal alertou que a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) quase duplicou em menos de uma década e que, por isso, o problema na saúde "não é dinheiro".
Durante a apresentação do boletim económico de Outubro, Mário Centeno admitiu que a solução para os problemas na saúde pode não passar por mais injeções de capital.
"A despesa em saúde em Portugal no SNS cresceu de 8,5 mil milhões em 2015 para perto de 15 mil milhões de euros em 2022. Tenho algumas dúvidas do que falta é dinheiro, para não dizer muitas dúvidas", disse, depois do regulador ter revisto em alta a previsão da inflação para este ano e 2024.
Em 2023, segundo o Orçamento do Estado, a despesa com pessoal do SNS aumentou cerca de 241 milhões de euros, devido a novas contratações e alterações remuneratórias, tornando-se a mais elevada de sempre.
A despesa consolidada orçamentada para este ano foi de 14,85 mil milhões de euros, mais 9,4% do que o orçamentado para este ano e mais 7,8% face ao valor previsto de execução para 2022. Já o valor orçamentado de despesas com pessoal para este ano foi de 5,5 mil milhões de euros, um aumento de quase 5% em relação ao ano anterior e de 50% em relação a 2015.