A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, avança que o primeiro grupo de 56 refugiados afegãos, resgatados no aeroporto de Cabul depois da ocupação talibã do país, chega já esta sexta-feira a Portugal.
Em declarações à RTP, a ministra disse que "até ao dia de amanhã [sábado], todas estas 56 pessoas chegarão ao nosso país em segurança e pode então iniciar-se esse processo de acolhimento".
O Ministério da Defesa já adiantou, entretanto, que o avião com os quatro militares portugueses vindos do Afeganistão e com o primeiro grupo de refugiados deve aterrar por volta das 20h25, no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa.
Sobre o processo de acolhimento, Mariana Vieira da Silva informou que, numa primeira fase, "as pessoas permanecerão em centros de acolhimento temporário, para que possa ser feito esse trabalho de contacto com aquelas famílias de informação sobre muitas áreas" - um processo que já é praticado no acolhimento de outros refugiados, no âmbito dos protocolos com os Governos da Turquia e do Egipto e das organizações não-governamentais que apoiam refugiados no Mediterrâneo.
Na segunda fase, vão ser procuradas "soluções habitacionais, escolares, de formação profissional e de entrada no mercado de trabalho". "E é reunindo toda essa disponibilidade que agora se procurarão as soluções que em concreto podem ser as melhores para as famílias que vão chegar, de idades e situações diferentes", disse.
Na quarta-feira, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, admitiu que os "tradutores e intérpretes que trabalharam connosco têm o direito de trazer uma esposa", apesar de muitos terem mais do que uma esposa, tendo em conta a poligamia permitida na lei afegã.
Mariana Vieira da Silva não respondeu diretamente à questão sobre estas famílias, mas vinco que o Governo segue os "critérios que existem para o acolhimento familiar".
"Não sei dizer em concreto, sei dizer que há homens, mulheres, crianças de diferentes idades, crianças muito pequenas e aquilo que é preciso agora é concentrar-nos nas respostas a todas estas pessoas", afirmou a ministra.
Já várias organizações, públicas e privadas, manifestaram disponibilidade para acolher refugiados vindos do Afeganistão, como a Câmara Municipal de Lisboa e a Igreja Católica.
Na quinta-feira, o Alto Comissariado para as Migrações anunciou que recebeu propostas de acolhimento de refugiados por parte de 840 portugueses.