Cinquenta pessoas morreram durante um ataque a uma missão católica no Gambo, a 75 quilómetros de Bangassou, na República Centro-Africana.

"Atacaram Gambo e mataram 50 pessoas. Degolaram vários homens e crianças. Está tudo muito tenso", declara D. Juan José Aguirre, citado pela Fundação AIS.

O prelado conta que "há dois dias chegaram os anti-Balaka para expulsar os Seleka, mas depois entraram os soldados egípcios da Missão das Nações Unidas para a Manutenção da Paz e expulsaram os primeiros, favorecendo o regresso dos Seleka que aproveitaram para vingar-se e degolar algumas dezenas de pessoas".

“O que está a acontecer em Gambo é muito grave e terá muito eco em Bangassou”, alerta.

O bispo conta que a situação é dramática, especialmente na cidade de Bangassou, onde os jovens muçulmanos não obedecem a ninguém e só querem lutar. “Ficam desafiantes diante da catedral e não deixam ninguém passar. Durante três domingos não foi possível abrir a catedral porque ninguém tinha coragem para ir até lá. Como consequência deste conflito "metade da população de Bangassou foi obrigada a fugir”.

Em declarações à Fundação AIS, o bispo explicou que está acompanhado por três padres, como se fossem uma guarda pretoriana: “Alguns fugiram para para apanhar um pouco de ar, outro foi para o Congo e outros ficaram nas missões, na boca do lobo. Algumas irmãs foram para Espanha ou para o Congo fazer retiros. As suas casas foram saqueadas. Outras irmãs mudaram a formação para o Perú."